Uma parcela dos brasileiros caiu vítima de dois contos do vigário nas últimas eleições: o conto do “Lula pragmático” e o conto da ”frente ampla”.
Os eleitores que caíram no conto do “Lula pragmático” começaram a notar que haviam caído em um golpe antes mesmo da posse. O vídeo “agora estou com medo”, de Arminio Fraga, em dezembro, já se tornou um clássico.
Agora, é a vez dos brasileiros que caíram no conto da “frente ampla” começarem a desconfiar que foram vítimas de um golpe. A resolução do PT, chamando o impeachment de golpe e afirmando que o partido nunca se envolveu em corrupção, acendeu aquele incômodo sinal de alerta, em que desconfiamos que a palavra “trouxa” está escrito na nossa testa, sinal de que caímos no conto do vigário.
Houve quem visse “credenciais democráticas” em Lula, a versão política das “credenciais ortodoxas” de quem se iludiu com os primeiros anos de seu primeiro mandato. Não, Lula e o PT não são democratas, assim como não são pragmáticos. Lula e o PT são hegemônicos e autoritários, a exemplo de regimes que têm seu apoio, como os de Cuba, Venezuela e Nicarágua. Seu conceito de “democracia” não é o de quem apoiou a tal “frente ampla”.
A exemplo da economia, na política Lula e o PT seguirão a sua natureza. O apoio de outras forças políticas se dará na base da submissão ou, como aconteceu nos mandatos anteriores, na base da corrupção. O problema, para Lula, é que, a exemplo da economia, a margem de manobra na área política está bem menor do que há 20 anos. Hoje, não está tão fácil montar um esquema de apoio como o mensalão ou o petrolão. O resultado será um governo travado, paralisado, com o PT falando sozinho do alto de sua arrogância autoritária.