16/10/2014: terceiro debate presidencial entre Aécio e Dilma, no SBT. Aécio está especialmente agressivo, e Dilma termina o debate nocauteada. O massacre foi tão forte, que Dilma perde o rumo na entrevista pós-debate. Como se enrola diante da repórter (o que não é incomum, diga-se de passagem), Dilma começa a passar mal (ou faz de conta que está passando mal, tanto faz). Senta-se, e é socorrida por João Santana. Ali nasce a estratégia “Aécio maltrata mulheres”, que roubará preciosos pontos do tucano na reta final da campanha. A durona, aquela que havia sobrevivido à tortura, o coração valente, havia sido maltratada por um monstro misógino. A mistificação colou, e o resto é história.
16/03/2016: Dilma e Lula são gravados em uma conversa telefônica, aparentemente tramando a posse antecipada de Lula como ministro, para fugir da jurisdição do juiz Moro. O telefone grampeado era de Lula, com a devida autorização judicial. Mas Dilma começa uma campanha, martelando dia e noite que a presidente foi grampeada sem autorização do STF. E mais: que houve “vazamento seletivo”, e não levantamento legal do sigilo. A mistificação está sendo repetida dia e noite, por Dilma e por todos os militantes do PT, incluindo “juristas”, com o claro objetivo de colar em Sérgio Moro o rótulo de “juiz parcial, que age ilegalmente com fins políticos”.
Funcionou com Aécio em 2014. Vai funcionar com Moro em 2016?