Os militantes do PT hostilizam os repórteres da Globo, e depois o presidente do partido reclama que não houve cobertura “suficiente” dos atos em favor do governo.
Deve ser uma tática, sei lá.
Apenas um repositório de ideias aleatórias
Os militantes do PT hostilizam os repórteres da Globo, e depois o presidente do partido reclama que não houve cobertura “suficiente” dos atos em favor do governo.
Deve ser uma tática, sei lá.
A Petrobrás teve o maior prejuízo de sua história em 2015. Mas, pelo menos, publicou o balanço na data certa.
Antes de reclamar do seu trabalho, pense no que é acordar todo dia e ter que pensar numa forma de defender esse governo.
Em 1992, fizemos um bolão no escritório sobre o número de deputados que iriam votar a favor do impeachment do Collor. No final, foram 441 votos. Eu havia chutado 400 e ganhei, pois o meu número havia sido o maior. Meu raciocínio foi o seguinte: como o voto é aberto, nenhum deputado do centro quer ficar mal com o novo governo. Assim, na medida em que a votação avança, e mesmo antes, os indecisos vão pendendo para a maioria. No final, votam contra apenas aqueles do núcleo duro em torno do presidente. Teve até deputado que reformou o seu voto após a votação, para não ficar mal. Este ano tem a votação no Senado, mas o raciocínio é o mesmo.
Considerando que PT e seus satélites somam menos de 100 deputados, é possível que o total de votos pelo impeachment ultrapasse novamente 400.
Todos estão reverenciando Sergio Moro como herói nacional, e com razão. Mas, lendo a entrevista de Delcidio na Veja desta semana, não podemos deixar de reverenciar outro herói, injustamente esquecido: Bernardo Cerveró.
16/10/2014: terceiro debate presidencial entre Aécio e Dilma, no SBT. Aécio está especialmente agressivo, e Dilma termina o debate nocauteada. O massacre foi tão forte, que Dilma perde o rumo na entrevista pós-debate. Como se enrola diante da repórter (o que não é incomum, diga-se de passagem), Dilma começa a passar mal (ou faz de conta que está passando mal, tanto faz). Senta-se, e é socorrida por João Santana. Ali nasce a estratégia “Aécio maltrata mulheres”, que roubará preciosos pontos do tucano na reta final da campanha. A durona, aquela que havia sobrevivido à tortura, o coração valente, havia sido maltratada por um monstro misógino. A mistificação colou, e o resto é história.
16/03/2016: Dilma e Lula são gravados em uma conversa telefônica, aparentemente tramando a posse antecipada de Lula como ministro, para fugir da jurisdição do juiz Moro. O telefone grampeado era de Lula, com a devida autorização judicial. Mas Dilma começa uma campanha, martelando dia e noite que a presidente foi grampeada sem autorização do STF. E mais: que houve “vazamento seletivo”, e não levantamento legal do sigilo. A mistificação está sendo repetida dia e noite, por Dilma e por todos os militantes do PT, incluindo “juristas”, com o claro objetivo de colar em Sérgio Moro o rótulo de “juiz parcial, que age ilegalmente com fins políticos”.
Funcionou com Aécio em 2014. Vai funcionar com Moro em 2016?
Você pode pensar que o país está caminhando para o caos.
A bolsa subiu hoje quase 7%.
O mercado financeiro não gosta do caos.
O mercado financeiro gosta da tranquilidade e da previsibilidade.
Tranquilidade e previsibilidade impossíveis em uma eventual continuação do governo Dilma.
A bolsa antecipa os fatos.
A bolsa hoje antecipou o fim da intranquilidade e da imprevisibilidade.
A bolsa hoje antecipou o fim do governo Dilma.
Convulsão social?
Só se for na Venezuela. Aqui tá todo mundo de um lado só, na paz.
Acompanhe.
Se Dilma não seguia as determinações “milagrosas” de Lula antes, por que seguiria agora? Só porque ele virou ministro?
– Ah, mas como ministro, ele tem mais poder de negociação com o Congresso.
Lula não precisa de uma pasta para negociar no Congresso. Aliás, ele já fez isso. O problema sempre foi Dilma entregar o que foi negociado. E isso não muda com Lula ministro. Afinal, Dilma continua tendo a caneta.
– Ah, mas agora é diferente. Dilma está muito fraca, e fará tudo o que seu mestre mandar.
Se é assim, pra que mesmo Lula precisa de um ministério? Basta mandar, de onde quer que esteja.
De onde se conclui que Lula só foi para o Ministério para mudar de foro.