Agora, já refeito da ressaca, consigo analisar friamente o que aconteceu ontem no TRF-4, onde o agora oficialmente corrupto Lula foi condenado por unanimidade e com agravamento também unânime da pena.
Duas coisas me chamaram a atenção.
A primeira foi a defesa enfática do trabalho do juiz Sérgio Moro e de todos os responsáveis pela operação Lava-Jato. Mais do que isso: a reafirmação de que aquele tribunal era independente e técnico, e não se dobrava a pressões de qualquer natureza. E mais: a clara indignação dos magistrados com a pressão sofrida nas últimas semanas.
Apesar de se pautarem pela lei e pelas provas (3 horas de leitura de provas!), os desembargadores são seres humanos e, para mim, reagiram sim à pressão ignominiosa feita pelo corrupto Lula, seus advogados e pelo PT. Uma pressão que ultrapassou em muito o razoável em um Estado Democrático de Direito. Uma afronta à justiça e seus operadores.
Fiquei com a impressão de que, não fosse essa pressão, o resultado poderia ter sido diferente, com talvez um dissenso na pena, o que abriria mais possibilidades para a defesa. Teria o corrupto Lula e o PT outra linha de ação, digamos, mais suave? Sim, se estivessem de fato convencidos da fragilidade das provas. Já disse aqui e repito: a virulência com que o corrupto Lula e o PT afrontaram a Justiça foi uma confissão de culpa maior do que todas as provas reunidas. E isso certamente não passou despercebido pelos experientes desembargadores.
O segundo ponto que me chamou a atenção foi a contextualização do crime. Moro, em sua sentença, trabalha para ligar o triplex a 3 contratos da OAS com a Petrobras. Muito específico. Os desembargadores ampliam esse entendimento, relembram o Mensalão e colocam o corrupto Lula no centro do maior esquema de corrupção de todos os tempos. O revisor Leandro Paulsen só faltou pedir o PowerPoint do Dalagnol para explicar melhor o que queria dizer. Aquele PowerPoint, tão ridicularizado pelo PT e pelos analistas isentos, foi acolhido ontem por quem realmente importa nesse processo: os juízes.
Agora, resta prender o corrupto Lula, segundo a lei vigente no país. A julgar pela continuidade das afrontas à Justiça mesmo depois da sentença, trata-se de tarefa urgente.