Como se pode ver no gráfico abaixo, a razão remota do drama dos caminhoneiros é o excesso de oferta construído durante o governo Dilma, e que encontrou uma contração da demanda sem precedentes nos dois anos de recessão fabricados pelo mesmo governo. O aumento dos preços dos combustíveis foi somente a fagulha que colocou fogo nessa pororoca insana.
Agora, a ANTT anunciou a tabela do frete mínimo, uma das reivindicações dos caminhoneiros: entre R$ 0,60 e R$ 0,80 por km/eixo, a depender da carga. Hoje este frete está em aproximadamente R$ 0,20 a R$ 0,30 por km/eixo. Quais os possíveis efeitos desse tabelamento de preços?
- Os usuários que puderem repassar o preço para os produtos o farão. Neste caso, quem paga o aumento é você.
- Os usuários que não conseguirem repassar o aumento para os preços (afinal, com a economia parada não está fácil pra ninguém) tentarão absorver o aumento em suas margens. Neste caso, é o acionista destes usuários que paga a conta.
- Aqueles usuários que não conseguirem repassar aos preços e nem absorver em suas margens simplesmente fecharão as portas. Neste caso, quem paga a conta são os funcionários destes usuários e os próprios caminhoneiros, que perdem clientes.
- Na medida em que a demanda diminui (e diminuirá, a lei da oferta e da demanda é irrevogável), o problema do excesso de oferta se agravará. Neste ponto, alguns caminhoneiros furarão o olho dos companheiros e começarão a trabalhar com base em uma “tabela paralela”, clandestina. Aos poucos, a tabela será abandonada, e voltaremos ao ponto inicial, não sem antes ter desorganizado toda a cadeia logística.
Como eu já disse aqui, não há nada que o governo possa fazer para ajudar os caminhoneiros.