Conference call com um investidor japonês da qual acabo de participar:
: Qual a chance do ex-presidente Lula concorrer nas próximas eleições?
: Muito remota, praticamente zero.
: Então por que ele é incluído nas pesquisas?
:
Apenas um repositório de ideias aleatórias
Conference call com um investidor japonês da qual acabo de participar:
: Qual a chance do ex-presidente Lula concorrer nas próximas eleições?
: Muito remota, praticamente zero.
: Então por que ele é incluído nas pesquisas?
:
O desempenho da seleção tem correlação estreita com a situação política/econômica do país naquela momento.
Esta é uma constatação empírica baseada em narrativas especialmente escolhidas para demonstrar a tese. Funciona tão bem quanto astrologia e leitura de borra de café. Mas eu gosto.
Por exemplo: a seleção de 70 foi exuberante, símbolo do país do milagre econômico. Em 1974 e 1978, a seleção bateu na trave, caindo nas semifinais, representando o país do quase, deitado eternamente em berço esplêndido.
De 1982 a 1990, a seleção representou a década perdida, apesar de, em alguns momentos, “jogar bonito”, como nas Diretas Já.
De 1994 a 2002, o Brasil ressurgia com o Plano Real, entrava nos trilhos, e a seleção chegou à final 3 vezes seguidas, ganhando duas vezes.
Em 2006 e 2010, a seleção até que era competitiva, mas era só ilusão: descobrimos que outras seleções eram mais eficientes. Assim como o Brasil.
Em 2014, o fim de festa: o castelo de areia desmancha nos 7×1, mostrando um país de mentira que desmonta sob o peso do próprio embuste.
E 2018? Lembremos que Tite assumiu ao mesmo tempo que Temer. Arrumou o time, montou um esquema vitorioso, assim como Temer montou o “dream team” da economia, que entregaria a volta do crescimento econômico. Se a narrativa servir de algo, acho que os torcedores fariam bem em moderar o entusiasmo.
Vão aumentar o número de seleções de 32 para 48 na Copa de 2026.
Um absurdo! Se o custo para completar o álbum da Copa já está proibitivo, imagine com 48 seleções! Alguém precisa fazer alguma coisa, rápido!
Os funcionários da Eletrobrás entrarão em greve de 72 horas contra a privatização.
O TST ordenou que pelo menos 75% dos funcionários devem continuar trabalhando, para manter a empresa funcionando normalmente.
Bem, se a Eletrobrás continuar funcionando normalmente com apenas 75% de seu efetivo trabalhando, está feito o case pela privatização.
A diferença eleitoral entre PSDB e PT, ou, mais especificamente, entre FHC e Lula, fica mais uma vez patente: enquanto o PT defende o seu candidato com unhas e dentes, mesmo estando preso, FHC não cansa de sabotar o seu, agora lançando o tal “manifesto pelo centro democrático e reformista” e citando o apoio a Marina como uma possibilidade.
Quer dizer, ao invés de arregaçar as mangas e trabalhar pelo candidato do seu partido, FHC bombardeia as bases da candidatura. Depois vai se perguntar porque o PT ganhou 4 eleições seguidas e Bolsonaro lidera as intenções de voto, com o apoio de muitos que votavam no PSDB.
História de bolso do Brasil pós-guerra e um teste psicotécnico:
Juscelino construiu Brasília e estourou as contas públicas. A inflação resultante desestabilizou o país e deu lugar a uma ruptura institucional, o golpe de 64.
Os militares construíram a Transamazônica e Itaipú, entre outas obras gigantescas e estouraram as contas públicas. A inflação resultante desestabilizou o país e deu lugar a uma ruptura institucional, a redemocratização.
A Constituição de 1988 criou um sem número de direitos sem a correspondente fonte de recursos, o que estourou as contas públicas. Como a inflação não pode mais ser usada para acertar as contas, começou a faltar dinheiro mesmo.
Agora, o teste psicotécnico: o que acontecerá em seguida?
O mercado financeiro está surtando porque Alckmin não decola nas pesquisas e aposta em um 2o turno entre Bolsonaro e Ciro. Em pesquisa recente da XP junto ao mercado, nada menos que 44% dos respondentes apostam nessa hipótese.
O DataFolha deste domingo não trás novidade alguma: Bolsonaro e Marina Silva distantes dos outros candidatos. E Marina batendo todos os candidatos no 2o turno.
Mas, por algum motivo misterioso, o mercado não está considerando a hipótese Marina. Talvez por não ter estrutura partidária nenhuma (que é o caso de Bolsonaro também) ou, o que é mais provável, pelo seu histórico de derretimento nas duas últimas eleições.
Então, o mercado encontra-se em seu momento esquizofrênico: as pesquisas enterram Alckmin, mas as mesmas pesquisas não servem para colocar Marina como uma candidata competitiva.
Ora, ou bem as pesquisas servem, ou não servem. Minha opinião? Acho que pesquisas hoje ainda dizem pouco sobre as eleições.
Lula foi lançado como pré-candidato do PT à presidência.
Mesmo estando preso.
Lula é o candidato do PT à presidência desde a primeira eleição depois da redemocratização. O que vale dizer, desde sempre.
Sim, Dilma foi a candidata do partido em 2010 e 2014. Mas em 2010, fez o papel de Medvedev do Putin, aquele que guardou a cadeira para o verdadeiro chefão. Em 2014, quando deveria entregar do volta o mandato para o capo, ficou grudada na cadeira e deu no que deu.
Então, o maior partido de esquerda da América Latina e, quiçá, do mundo, depende exclusivamente de um homem há mais de 30 anos. Mesmo condenado e preso, manda e desmanda no partido, o que não deixa de lembrar o modus operandi de facções criminosas.
O PT é Lula. Nada existe fora de Lula. Lula é a ideia que sustenta o partido. Quase uma divindade. Por isso, sua candidatura vai até o fim. Porque sem isso, o partido perde a sua razão de existir.
Muito se falou da pesquisa encomendada pela XP, feita pelo telefone, que coloca Haddad com 11% das intenções de voto quando aparece “apoiado por Lula”. Mas pouco se falou da pesquisa que importa, aquela das urnas.
No último domingo tivemos o 1o turno da eleição suplementar para governador em Tocantins, porque a chapa eleita foi cassada. O resultado foi o seguinte:
Em 2014, Dilma Rousseff teve 59,5% dos votos em Tocantins, contra a média nacional de 51,6%. O governador eleito (e agora cassado) era do PMDB.
Mauro Carlesse, o vencedor do 1o turno, é o atual presidente da Assembleia Legislativa.
Vicentinho Alves, o 2o colocado, é senador e já foi deputado federal e deputado estadual.
Carlos Amastha, o 3o colocado, foi prefeito de Palmas de 2013 a 2018. Foi um dos 7 prefeitos que estiveram em uma reunião de apoio a Dilma e contra o impeachment em dezembro de 2015.
Katia Abreu, a 4a colocada, é senadora e uma das principais apoiadoras de Dilma Rousseff no senado, de quem foi ministra da agricultura.
E, finalmente, Marlon Reis, o 5o colocado, foi o juiz responsável por patrocinar a Lei da Ficha Limpa, notabilizando-se pela luta contra a corrupção na política.
Então, resumindo: em um estado que deu 60% dos votos para Dilma Roussef em 2014, os dois primeiros colocados são o ex-presidente da Assembleia Legislativa filiado ao PHS e um senador do PR. Ou seja, políticos profissionais.
Por outro lado, políticos de alguma forma ligados a Dilma (e a Lula, por que não), ficaram fora do 2o turno. Marlon Reis, que deveria ser o símbolo da luta contra a corrupção, chegou em 5o.
Então, a eleição no Tocantins mostrou que:
Detalhe final: brancos, nulos e abstenção somaram 49% do eleitorado. Quem conseguir convencer o eleitor a sair de casa levará vantagem.