Em 1965, a taxa de fertilidade da China era de 5,9 filhos por mulher. Em 1980 era de 2,6 e hoje é de 1,6.
No mesmo ano, a taxa de fertilidade do Brasil era de 5,8 filhos por mulher. Em 1980 era de 3,1 e hoje é de 1,8.
Esta mesma curva de fertilidade pode ser observada em todos os países emergentes, com exceção da África, que está um estágio atrás, mas segue na mesma direção.
O governo chinês patrocinou uma política dacroniana de controle da natalidade a partir do fim da década de 70. A política do filho único autorizava o aborto do 2o filho e punia severamente quem não a seguisse.
Tudo isso para conseguir exatamente o mesmo resultado que países democráticos alcançaram sem qualquer política de natalidade. A urbanização e a educação fizeram o serviço.
Agora, a China tenta reverter essa política, estimulando os casais a terem filhos. Funcionará? Tanto quanto funcionou a política do filho único: se esta for a tendência global, funcionará. Senão, não.
Muito do que os governos fazem é propaganda a respeito de tendências sobre as quais não têm o mínimo controle. O Brasil cresceu acima da média na década passada porque surfou a onda das commodities, sobre a qual não tinha controle. Isso não impede, até hoje, de que as viúvas do Lula exaltem seus feitos.
O máximo que os governos podem fazer é evitar atrapalhar a livre iniciativa dos indivíduos e fornecer alguma garantia de propriedade que não dependa da força bruta individual.
Essas grandes “engenharias sociais”, como vimos no caso da China, são, na melhor das hipóteses, inócuas. Na pior, acabam em miséria e falta de liberdade, como nos casos de Cuba e Venezuela.