O Estadão traz uma reportagem sobre a filiação recorde no PSL, o partido de Bolsonaro. A declaração abaixo é de um dos recém-filiados.
Lula ganhou as eleições de 2002 com folga. Sem bolsa-família e sem a máquina do governo. Ganhou no país inteiro, e não apenas no Nordeste, onde ainda estava longe de ser um mito. Dizem que ganhou, entre outras coisas, porque era o candidato “in pectore” de FHC, que teria feito corpo-mole na campanha do candidato de seu próprio partido. Mas isso pode ser apenas uma lenda.
Em 2006, apenas um ano depois do mensalão, Lula se reelegeu. Saiu do quase-impeachment para uma vitória eleitoral consagradora. Aí entra o trecho destacado acima.
O PSDB, com raríssimas exceções, não soube capitalizar o sentimento anti-petista surgido com o mensalão. Digo “surgido” não porque não existisse antes, mas era um fenômeno muito mais restrito. O mensalão mostrou a verdadeira cara desse partido, mas um não sei que de cumplicidade ideológica misturada com o receio de parecer troglodita aos olhos da inteligentzia nacional, fez com que o PSDB colocasse panos quentes sobre o mensalão, sovando o que seriam mais 10 anos de governos petistas.
Hoje, o discurso do PSDB não é muito diferente. “A lei é para todos” é um mote que está longe de satisfazer o anti-petismo. Levar um saco de lixo com a estrela do PT como fez Bolsonaro é o mínimo que se esperava. Não fizeram em 2005, não estão fazendo hoje. Aliás, hoje seria tarde demais. O PSDB perdeu o bonde da história.