Não há como Bolsonaro vencer um debate

Segundo reportagem do Estadão, estima-se que o debate entre Collor e Lula, em 1989, tenha sido assistido por 100 milhões de pessoas. Já a audiência do último debate entre Dilma e Aécio em 2014 foi de 1,5 milhão de domicílios, ou 6 milhões de pessoas.

As regras rígidas e o crescente cansaço com a política podem explicar essa brutal queda de audiência.

Os debates, portanto, valem pela sua repercussão na imprensa nos dias seguintes mais do que pela audiência em si.

Segundo essa repercussão, Marina foi a grande ganhadora do debate na Rede TV, e Bolsonaro o grande perdedor.

Eu assisti e não vi nada disso. Vi, repito, um embate equilibrado nas ideias e uma vantagem de Bolsonaro na postura, pois Marina mostrou desequilíbrio ao tentar interrompê-lo fora das regras. Fosse uma luta de boxe, eu daria vitória por pontos para Bolsonaro, mas poderia discutir um empate. A imprensa deu vitória de Marina por nocaute.

Bolsonaro sacou que não tem como ser vencedor de nenhum debate. O resultado já está dado.

Ele considerou que é melhor perder de W.O. do que de goleada. Talvez seja uma boa tática para o 1o turno, aliás, tática usada com frequência pelos líderes isolados no 1o turno. Vamos ver.

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