Pequena plateia animada

Suplicy animava a pequena plateia cantando “Blowin’ in the Wind”.

S U P L I C Y

A N I M A V A

A P E Q U E N A P L A T E I A

C A N T A N D O B L O W I N’ I N T H E W I N D

Sério, não consigo parar de rir aqui.

Tudo isso é muito ridículo

Na Globo News, Cristiana Lobo nos conta que Manu D’Avila ficou uma pistola com os petistas. Motivo: parece que deram a ela a missão de representar a chapa somente em assuntos relacionados a gênero e juventude. Pudera, imaginou a Manu falando sobre economia? Aí é que a vaca petista não ia sair nunca do brejo.

Mas não é este o assunto. Logo depois dessa informação, a inefável âncora Leilane Neubarth começa o samba de uma nota só feminista: a candidata Manuela, por ser mulher, está sendo podada! E isso, em um partido de esquerda!!!

Não lhe ocorre que Manuela possa estar sendo podada pelas suas ideias. Não. O problema, em primeiro lugar, é o que vai entre as pernas. Só depois, vem o que a pessoa pensa. Se é que vem.

Leilane, como toda boa feminista, não entende que este tipo de raciocínio só serve para denegrir a mulher. O fato de ser mulher é mais importante, mais definidor, do que todo o resto. Não importam as virtudes, a genialidade, a personalidade, enfim, não importa tudo aquilo que define o ser humano. Importa, em primeiríssimo lugar, o gênero. Tudo o mais vai subordinado.

A cereja do bolo foi a constatação de que aquela “discriminação” estava sendo feita por um partido “de esquerda”. Claro, se fosse “de direita”, era o comportamento esperado. Mas da esquerda, se espera a virtude, o bom e o belo. Sempre. E discriminação não casa com nada disso.

Tudo isso é muito ridículo.

O Refis do pobre

Aqui Ciro especifica um pouco mais o plano “limpa-nome”.

Em primeiro lugar, estabelece uma data de corte: 20/07/2018. Quem entrar no SPC depois dessa data, não poderá aderir ao programa. Esta foi a data em que pela primeira vez Ciro mencionou o programa. Evita que espertinhos façam dívidas já com o intuito de não pagá-las.

Em segundo lugar, não dá mais a impressão de que a dívida será “perdoada”, mas sim, será parcelada em até 36 meses. Ou seja, o pessoal vai pagar pela dívida, mas em condições melhores.

Mas a mágica trapaceira continua a mesma: ele faz uma conta, dizendo que a dívida média do brasileiro é de R$4.200, mas que o governo derrubaria esse montante para R$1.400, que seriam pagos em 36 suaves prestações de R$40. Ou seja, além de um facão em 2/3 da dívida, o saldo seria pago sem juros!

Obviamente, os bancos privados não topariam, e os bancos públicos seriam forçados a fazê-lo, com as consequências já conhecidas.

A peça publicitária ainda nos brinda com a inefável presença do Prof. Belluzo, o mago das soluções mágicas que só dependem de vontade política.

Uma coisa, no entanto, a campanha acerta: se foi feito o Refis, com custo de centenas de bilhões para perdoar dívidas de grandes empresas, qual o problema em gastar alguns bilhões para perdoar a dívida do pobre?

Na verdade, o problema está no Refis, uma pouca vergonha que vicia o sistema tributário, ao estimular a sonegação. Usar o Refis como exemplo é justificar um erro com outro.

A alternativa Marina Silva

Começo a ouvir, aqui e ali, nos meus variados círculos de influência, que o voto em Marina seria uma alternativa.

Gente que, em outras épocas, votaria em Alckmin de olhos fechados e que, ao mesmo tempo, não consegue engolir o capitão.

Para esse pessoal, o esquerdismo não é um problema fundamental. Na verdade, é até desejável uma certa “preocupação social”. É o perfil de FHC, que, a esta altura, deve estar torcendo secretamente por Marina, depois que seu projeto Luciano Huck fez água.

Marina parece ter, eleitoralmente falando, o defeito de Bolsonaro sem ter a sua virtude. Seu defeito é não ter apoios e tempo de TV. A virtude que lhe falta é o carisma, que sobra ao capitão.

Marina, no entanto, compartilha com Bolsonaro uma virtude comum, que é, ao mesmo tempo, um defeito: está longe do establishment. Virtude pelo óbvio que é não fazer parceria com bandido. Defeito (e acredito ser este o único motivo que segura os votos de Alckmin) pela também óbvia dificuldade em governar. Aqueles que votam em Bolsonaro e Marina acreditam que a governabilidade vem com o voto. Aqueles que votam em Alckmin, não acreditam nisso. Estes últimos têm Collor e Dilma para corroborar sua tese.

Marina torna-se, assim, uma alternativa anti-establishment da centro-esquerda. Aquilo que o PSDB gostaria de ser, se fosse possível governar sem o Centrão.

Como eu disse, começo a ouvir, aqui e ali, pessoas dizendo que Marina poderia ser uma alternativa. Pessoas que votariam em Alckmin, mas não acreditam que o apoio do Centrão será suficiente para fazê-lo decolar nas pesquisas. Ou pior: acreditam que o apoio do Centrão pode ser a pá de cal na sua candidatura.

Marina aparece em 2o lugar em todas as pesquisas. Leio e ouço muitos analistas políticos, e uma das poucas unanimidades entre eles é que Marina vai desidratar ao longo da campanha, com seus votos migrando para Alckmin ou para o candidato do PT. Também pensava assim. Começo a ficar com a pulga atrás da orelha.

Esta eleição está longe de ser óbvia. Ninguém está fora do páreo. Ninguém.