Em 1965, a taxa de fertilidade da China era de 5,9 filhos por mulher. Em 1980 era de 2,6 e hoje é de 1,6.
No mesmo ano, a taxa de fertilidade do Brasil era de 5,8 filhos por mulher. Em 1980 era de 3,1 e hoje é de 1,8.
Esta mesma curva de fertilidade pode ser observada em todos os países emergentes, com exceção da África, que está um estágio atrás, mas segue na mesma direção.
O governo chinês patrocinou uma política dacroniana de controle da natalidade a partir do fim da década de 70. A política do filho único autorizava o aborto do 2o filho e punia severamente quem não a seguisse.
Tudo isso para conseguir exatamente o mesmo resultado que países democráticos alcançaram sem qualquer política de natalidade. A urbanização e a educação fizeram o serviço.
Agora, a China tenta reverter essa política, estimulando os casais a terem filhos. Funcionará? Tanto quanto funcionou a política do filho único: se esta for a tendência global, funcionará. Senão, não.
Muito do que os governos fazem é propaganda a respeito de tendências sobre as quais não têm o mínimo controle. O Brasil cresceu acima da média na década passada porque surfou a onda das commodities, sobre a qual não tinha controle. Isso não impede, até hoje, de que as viúvas do Lula exaltem seus feitos.
O máximo que os governos podem fazer é evitar atrapalhar a livre iniciativa dos indivíduos e fornecer alguma garantia de propriedade que não dependa da força bruta individual.
Essas grandes “engenharias sociais”, como vimos no caso da China, são, na melhor das hipóteses, inócuas. Na pior, acabam em miséria e falta de liberdade, como nos casos de Cuba e Venezuela.
Trecho da entrevista de André Lara Rezende, principal formulador econômico da campanha de Marina Silva, hoje, no Estadão.
Concordo com ele. A Petrobras é um símbolo. Símbolo de um país atrasado, preso a mitos do passado. Sujamos nossas mãos de óleo enquanto a Apple ultrapassa um trilhão de dólares em valor de mercado. E o pior é que Marina e André Lara não estão sozinhos. Com exceção do Amoêdo (Paulo Guedes não conta, o candidato é o Bolsonaro), todos os outros candidatos pensam da mesma maneira.
A Petrobras é um símbolo. Enquanto a Petrobras não for privatizada, não conseguirei acreditar em nenhum discurso de modernização e eficiência do país.
Isso porque ainda não foram verificar quanto estão pagando pela locação de 77 veículos (!).
E não adianta vir candidato à presidência dizendo que vai acabar com essa pouca vergonha. Os poderes têm “autonomia administrativa”, então quem decide essas coisas é o presidente da Câmara, no caso, o Rodrigo Maia, que pertence, como sabemos, a um partido com ideias liberais e modernas.
E isso é só uma coisica de nada, escondida lá na máquina da Câmara dos Deputados. Imagine o que não existe nesse Brasilzão de Deus.
Eu costumo dizer que o combate à corrupção e ao desperdício são importantes mas são café pequeno perto das grandes reformas constitucionais, que é o que vão resolver o problema das contas públicas brasileiras. Exemplos desse tipo me fazem duvidar de minhas convicções.
Quando deu 23:30 e soube que haveria mais três blocos daquele negócio, desliguei a TV. Já tinha visto o suficiente.
– Bolsonaro transpirando autenticidade e não sendo confrontado pelos outros candidatos em assuntos técnicos, seu ponto sabidamente fraco. Os outros candidatos não aprenderam com o Roda Viva. Surpreendeu ao levantar habilidosamente a bola de Álvaro Dias (coisa que Meirelles tentou desastradamente), em um claro movimento de flanco contra Alckmin.
– Alckmin com um discurso ensaiado de eficiência, mas usando palavras difíceis (autárquico e players foram algumas de que me lembro). Fez jus à fama de candidato pesado.
– Marina com sua voz que continua a mesma, dizendo que está tudo errado e abusando das platitudes do tal “centro democrático”. Um porre.
– Ciro muito habilidoso no confronto, também transpirando autenticidade. Engana bem os menos informados.
– Meirelles, com um discurso ininteligível, levou um drible debaixo das pernas do Alvaro Dias no início do debate que mostrou que ainda está na fase trainee de sua nova carreira de candidato à presidência.