Autocrítica

“A autocrítica do PSDB é muito importante e constrói possibilidade de diálogo depois das eleições”.

Esta frase é do inefável Fernando Haddad. E a autocrítica do PSDB a que ele se refere foi feita pelo não menos inefável Tasso Jereissati.

E o que disse Jereissati? Disse que o PSDB “sabotou” o governo Dilma, votando contra o ajuste fiscal que o partido sempre defendeu.

Então, ficamos assim:

1) O PT sabotou o governo FHC tanto quanto pôde. Mas isto não merece uma autocrítica do partido, porque votar contra o ajuste fiscal sempre foi o programa do PT.

2) Quando o PSDB votou na linha que o PT adotou desde sempre, foi acusado de “sabotar” o governo do próprio PT.

3) O presidente do PSDB concorda com essa “leitura”. Acha que o partido deveria apoiar o governo do PT na agenda da responsabilidade fiscal, mesmo que o próprio PT não o apoiasse.

O PT tem duas narrativas, que usa conforme suas conveniências. A primeira é que a crise começou com a tentativa de Joaquim Levy de fazer um ajuste fiscal. A segunda é que a crise começou com a sabotagem da oposição, que impediu o governo Dilma de fazer um ajuste fiscal. Jereissati concorda com essa segunda narrativa.

Claro que a possibilidade de diálogo a que Haddad se refere existirá se, e somente se, o PT voltar ao poder. Neste caso, o partido gostaria de ter o PSDB a seu lado para fazer o “trabalho sujo” do ajuste fiscal. Poderia, assim, ter os tucanos como sócios da maldade.

Se o PSDB ganhar as eleições, essa “possibilidade de diálogo” obviamente desaparece. O PT na oposição será o de sempre: votará contra os interesses do país, pensando nas próximas eleições.

No PT, não tem essa boiolice de “autocrítica”.

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