Estes são trechos de uma entrevista do presidente do IEDI, o think tank do setor industrial.
Começa por reclamar da falta de atenção dos candidatos à “questão industrial”.
O repórter, querendo explorar um pouco a tal da “questão industrial”, pergunta quais seriam as condições para a volta do investimento no setor.
O presidente do IEDI elenca 3 fatores: diminuição da ociosidade da indústria, aumento da demanda e condições macroeconômicas favoráveis.
Bem, as duas primeiras estão correlacionadas: a capacidade ociosa só irá diminuir quando a demanda reaquecer. A isso chamamos de crescimento econômico, foco de todos os candidatos. Já com relação às tais “condições macroeconômicas favoráveis”, ele só pode estar se referindo ao câmbio, uma vez que a taxa de juros é a menor da história. Será que o dólar a R$4,20 finalmente vai funcionar para a indústria?
Mas daí, cutucando um pouco mais, vem a verdadeira agenda da indústria: subsídios. Desde que seja para “inovação”, claro. O Brasil registrou pouco mais de 4 mil patentes em 2016. Na China foram 400 mil. Cem vezes mais. Países muito menores e sem tradição de inovação tecnológica, como Austrália e Canadá, registraram mais de 20 mil patentes cada.
Isso porque o BNDES atingiu 10% do PIB em empréstimos, incluindo programas de inovação. Sem contar subsídios diretos, como o falecido Inovar-Auto. Quanto mais seria necessário?
Por isso, eu sempre digo: quando entidades empresariais vão à Brasília, segure bem a sua carteira.