Pesquisa Ibope. Bolsonaro parece ter estacionado nos 28, mesmo nível da pesquisa anterior. Haddad continuou subindo, de 19 para 22. Os outros variaram de 31 para 32, de modo que Haddad subiu às custas da diminuição dos não-votos (brancos, nulos, indecisos). Ou seja, a transferência de Lula continua. Ainda temos 18% de não-votos.
Na véspera do 1o turno de 2014, o não-voto totalizava 12%. Se o mesmo padrão for seguido, e 100% dos não-votos continuarem a migrar para Haddad, o candidato do PT poderia chegar a 28, mesmo percentual de Bolsonaro.
Vamos ver a clivagem “direita x esquerda” que venho mostrando aqui. Isso, em tese, daria um “cheiro” do que poderia ser o voto útil no 1o turno, ou mesmo a votação do 2o turno.
Na “direita” estão classificados Bolsonaro, Alckmin, Amoêdo, Alvaro, Meirelles, Daciolo e Eymael. Na esquerda, Haddad, Ciro, Marina, Boulos, Vera e Goulart. Obviamente, trata-se de uma simplificação grosseira, muitos eleitores do Alckmin vão votar no Haddad, assim como uma parcela não desprezível dos eleitores do Ciro podem votar no Bolsonaro. Enfim, é tão chute quanto qualquer outro exercício que se faça.
Podemos observar que a “direita” perdeu 0,5 ponto, enquanto a “esquerda” ganhou quase 2 pontos, principalmente vindos dos indecisos (lembrando que esse exercício considera somente os votos válidos). É o mesmo movimento que vimos acima: Haddad ganhando votos dos indecisos.
Não vemos ainda as candidaturas nanicas e as do pelotão do meio perdendo votos, a não ser Marina, que deve ter doado muitos votos para o Haddad. Este movimento específico parece estar no fim. Como disse acima, para crescer, Haddad precisa agora continuar recebendo votos dos antigos eleitores de Lula. E Bolsonaro, para crescer, precisa começar a roubar votos de outros candidatos da “direita”.