Onde os analistas políticos erraram, e erraram feio? Na crença de que a máquina política era decisiva em uma eleição de um pais-continente, com mais de 100 milhões de eleitores.
Máquina política significa cabos eleitorais trabalhando pelo candidato nos mais longínquos grotões, além de tempo de TV.
A máquina em torno de Geraldo Alckmin era verdadeiramente portentosa. Tão grande, que praticamente dispensaria uma mensagem. Bastaria “jogar parado”, com um discurso de eficiência administrativa e “anti-extremos”, para que a eleição lhe caísse no colo. Assim pensava o candidato, assim pensavam os analistas, eu incluído. Ainda bem que não vivo disso!
O que acabou acontecendo foi o contrário: a mensagem criou a máquina. Bolsonaro incorporou o anti-petismo e o anti-establishment, a busca por segurança e pelos valores conservadores.
A mensagem criou os votos. Os votos criaram a máquina. Máquina que agora trabalha pela candidatura de Bolsonaro. Doria, Witzel, Zema e tantos outros Brasil afora vão trabalhar pela candidatura Bolsonaro, em um processo que se auto-alimenta.
Nunca o adágio “a vontade do povo é soberana” foi tão verdadeiro.