O 2o turno obriga os candidatos a procurarem acenar para um espectro mais amplo do eleitorado. Isso começou a ficar claro ontem, nas entrevistas de Bolsonaro e Haddad no JN. Tanto um quanto o outro desautorizaram declarações que poderiam colocar em dúvida seus compromissos com as instituições democráticas.
Ao longo da campanha, é provável que Haddad também acene para o centro em questões econômicas, enquanto Bolsonaro deve reafirmar seu compromisso com os mais pobres, que é o eleitorado do PT.
O 2o turno, no mínimo, eleva o preço de um estelionato eleitoral.
No final do dia, é bom que tenhamos um 2o turno. A votação do vencedor será maior do que teve no 1o turno, conferindo-lhe ainda mais legitimidade, além de termos uma plataforma mais “centrista” no final. O candidato vence porque conseguiu atrair mais eleitores fora do seu campo político, o que é bom.