Trabalho no mercado financeiro, um ambiente predominantemente masculino.
A empresa onde trabalho tem origem na Califórnia e uma preocupação genuína por diversidade. Sempre que abre uma vaga, temos a preocupação de tentar aumentar o contingente feminino na empresa.
Só tem um problema: as mulheres simplesmente não aparecem para as entrevistas. O interesse é predominantemente masculino, principalmente para a atividade fim, gerência de investimentos. Vou chutar a proporção, deve ser uma mulher a cada 10 homens, se muito.
Fico imaginando se houvesse cotas para contratação. Se fosse 30%, como no caso das candidaturas, enfrentaríamos sérios problemas de preenchimento de vagas.
O problema, como já deve ter sacado o estudante do 1o ano de economia, é de oferta, não de demanda. Faltam candidatas, não vagas. Quando se descobre que uma parte relevante de candidaturas “laranja” são de mulheres, deveríamos investigar não os partidos, mas o fenômeno que causa uma oferta tão baixa de candidatas “de verdade”.
As cotas, como em todo lugar em que são implementadas, mascaram o real problema. No caso, por quê mulheres participam tão pouco da política partidária.