Na véspera da manifestação “elenão”, um amigo, eleitor de Alckmin, tentou convencer-me a ir até a manifestação. Segundo ele, era essencial que a manifestação fosse vista como “plural”, e não uma agenda da esquerda, uma campanha pró-PT disfarçada. Na época, Haddad já despontava como o virtual adversário de Bolsonaro no 2o turno, mas ainda havia uma tênue esperança de que o ex-capitão pudesse desidratar em favor do candidato do PSDB. Recusei-me, pois pra mim aquilo era só campanha do PT disfarçada, como restou provado por pesquisa do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas da USP.
Segundo essa pesquisa, realizada durante o evento no Largo da Batata, em São Paulo, 80% dos entrevistados se identificaram como de esquerda e 8% como de centro-esquerda. 34% dos entrevistados afirmaram que seu partido era o PSOL, 30% afirmaram que era o PT e 20% afirmaram que não tinham partido de preferência. Ou seja, dos que tinham partido, 80% eram PSOL ou PT.
Fernão Bracher, Claudia Costin, Phillipe Reichstul, José Carlos Dias, Naercio Menezes são nomes que servem para aquilo que meu amigo sugeriu que eu fizesse: dar um verniz plural a uma manifestação petista. Mas agora, sem a desculpa de que há outros candidatos no cardápio. É PT mesmo, sem disfarces.
Cada um sabe o que faz com o seu nome.