“A Eletrobras pode ser altamente rentável, desde que seja blindada dos políticos”.
Assim começa o artigo, no Valor de hoje, de dois professores que defendem a permanência desse elefante branco nas costas do povo brasileiro.
O incrível é que o artigo começa falando justamente do uso político das distribuidoras, que oneraram o Tesouro durante décadas.
Existe uma fantasia da burocracia estatal, de que pode haver empresas estatais rentáveis, desde que “livres da influência política”. Não percebem que é uma contradição em termos. Não existe razão de existir de uma empresa estatal se não for para cumprir políticas públicas. E políticas públicas não conversam com lucro que remunera o capital.
Dizer que a Eletrobrás, “agora sim”, é rentável, é apenas uma bobagem. É só uma questão de tempo para que os “políticos” tomem conta da estatal novamente, e criem novos rombos. É da natureza de qualquer empresa estatal.
Além disso, é notória a falta de capital para novos investimentos. Para que a Eletrobrás pudesse continuar a investir, seria necessário capitaliza-la. Levanta a mão aí quem quer ser sócio do governo na Eletrobrás, fornecendo o capital para novos empreendimentos.
Os serviços prestados pela iniciativa privada estão longe, muito longe, da perfeição. Mas é melhor ter algum serviço do que nenhum. E este é o risco de deixar os investimentos na mão do Estado. Parafraseando Churchill, a iniciativa privada é a pior forma de prestar serviços à população, com exceção de todas as outras.