IA nos debates eleitorais

Reportagem no Valor de hoje nos conta o teste de um computador debatendo com um ser humano. Apesar da máquina ter sido vencida, o responsável pelo projeto comemorou o fato do computador ter se mantido aderente ao tema durante todo o teste, o que não acontecia anteriormente. Segundo ele, mesmo depois do mediador ter chamado a atenção da máquina para voltar ao assunto em debate, isso não acontecia na versão anterior.

Parece que a versão anterior será usada em debates eleitorais.

Comissão super-partidária

“Comissão supra-partidária”.

Hahahahshahhahahahshshhshshshshs

Alem dos intelequituais de sempre, temos a abrilhantar a tal comissão a presença do nobre advogado Mariz de Oliveira, defensor dos direitos humanos dos “criminosos-de-colarinho-branco-que-podem-pagar-advogados-milionários-para-adiar-ad-eternum-suas-condenações”. Não surpreende que o primeiro alvo da tal comissão seja o pacote do Moro.

Esse pessoal é muito previsível.

O melhor argumento para privatizar

Pelo que eu entendi da reportagem do Valor hoje, é o seguinte: os governadores estão fazendo lobby para retirar a obrigatoriedade de licitação pública para obras de saneamento nos municípios. Com a licitação pública, as estatais não conseguem competir com as empresas privadas. Hoje, os municípios podem contratar obras de saneamento diretamente com as estatais, sem licitação.

Desde 2007, R$3,5 bilhões de recursos a fundo perdido não foram utilizados porque as estatais de saneamento não conseguiram tirar os projetos do papel. Segundo a reportagem, metade da população brasileira não tem acesso a tratamento de esgoto.

Segundo o vice-governador de São Paulo, se a MP continuar do jeito que está, a Sabesp precisará ser privatizada, pois não tem como competir com empresas da iniciativa privada nas licitações.

Por mais que eu procure, não consigo pensar em argumentos melhores para privatizar toda essa joça.

A pior injustiça é a lentidão da justiça

Uma justiça lenta é a pior forma de impunidade.

O desenvolvimento de um país passa pelo desenvolvimento de suas instituições. E talvez a instituição mais importante seja uma justiça que funcione.

O Brasil continuará sendo o país da impunidade e um país subdesenvolvido enquanto o sistema judiciário for essa piada de mal gosto.

Política com P maiúsculo

Maia é um poço de mágoa com Onyx.

Maia chama Guedes de “o nosso líder na área econômica”

Maia diz que Moro entende que a Previdência é prioridade.

Apesar de Onyx, o governo Bolsonaro teve o juízo de apoiar Maia para a presidência da Câmara, um sujeito absolutamente alinhado com a pauta mais urgente do governo.

Certa vez ouvi Mário Covas dizer que se orgulhava de ser um Político com P maiúsculo. A Política é a nobre arte de conciliar interesses diversos em uma pauta comum. Vivemos em sociedade, onde cada um acha que tem a solução para o mundo. O trabalho do Político é justamente a conciliação dessas milhões de “soluções”. A demonização da Política traz o risco de jogar o bebê fora junto com a água da banheira. No limite, a antipolítica nos leva ao estado ditatorial, onde a busca do consenso é desnecessária.

Quem quiser ter uma aula de Política com P maiúsculo leia essa entrevista.

O bicho saiu da caixa

Os representantes do “capitalismo limpinho” estão surpresos com o bicho que ajudaram a criar.

A sorte deles é que o americano médio não cai nessa patacoada. São dois séculos de meritocracia, que criaram o país mais poderoso do mundo.

Do jeito que a coisa vai, os republicanos podem se preparar para ficar muitos anos no poder.

O “verdadeiro” socialismo

Mujica condenando mais um regime de esquerda (no caso, o de Maduro) por não ter implementado o “verdadeiro socialismo”.

Gostaria sinceramente de saber a receita de como “socializar” sem antes “estatizar”. Mujica não nos brinda com nenhum exemplo de onde esse “socialismo utópico“ foi implantado com sucesso.

Mujica parece conhecer a diferença entre “socialismo utópico” e “socialismo na prática”. Por isso, ele continua sendo um utópico inofensivo. Porque enquanto o socialismo permanece preso aos livros, não faz mal a ninguém. O problema ocorre quando salta da teoria para a prática. A Venezuela é somente mais um exemplo.