O mercado financeiro era “alckmista” nas eleições porque gosta de ganhar os juros da dívida pública na maciota, segundo Paulo Guedes.
Guedes sabe muito bem que o mercado financeiro era alckmista porque avaliava que Alckmin teria mais convicção e habilidade política para aprovar a reforma da Previdência no Congresso, que é o que realmente vai diminuir a dívida pública no longo prazo. Por enquanto, com suas declarações desastradas e sua falta de foco na reforma, Bolsonaro vai dando razão à Faria Lima. Alckmin teria menos convicção para tocar a agenda de privatizações? Bem, o atual governo já disse que Petrobras, Caixa e Banco do Brasil são imexíveis. E mesmo coisas mais simples, como o IPO da asset do BB, esbarram em “problemas”.
Por enquanto, a agenda liberal do “único governo liberal da história do Brasil” se resume à rodada de concessões de aeroportos, privatização da Eletrobrás e leilão do pré-sal. Toda ela herdada do governo Temer.
O governo tem menos de 100 dias, é verdade, está ainda se organizando, é injusto cobrar alguma coisa. Vamos ver o que Bolsonaro e Guedes entregarão em quatro anos. Guedes sabe que a Faria Lima aplaudirá de pé se conseguirem fazer metade do que prometeram. Mas, para isso, é preciso começar a trabalhar mais e falar menos.