Durante a campanha eleitoral, fiz muitas amizades bolsonaristas aqui no FB. Apesar de eu mesmo não ser um eleitor de Bolsonaro, o que nos unia era a consciência de que o PT era a pior desgraça que havia acontecido ao Brasil nas últimas duas décadas, causada principalmente pela pusilanimidade do PSDB. Muitas vezes concordamos, muitas vezes discordamos, mas sempre de maneira civilizada.
Até que um dia apareceu um sujeito que parecia pensar estar em um ringue de MMA. Depois de alguns comentários violentos em alguns posts, avisou-me que iria me citar lá na página dele, e me “desafiava” a ir “debater” lá.
De fato, fui citado em um post cheio de ofensas pessoais, pinceladas aqui e ali com argumentos. Procurei educadamente responder aos argumentos, relevando as ofensas, mas sua tréplica ad hominem me convenceu de que eu estava perdendo meu tempo. Simplesmente bloqueei o sujeito e vida que segue.
Foi o único caso durante toda a campanha eleitoral, o que me diz que o número de bolsonaristas radicais não é grande. Mas faz barulho e é infenso a argumentos. O que importa é a luta política, no que são idênticos aos petistas radicais.
Bolsonaro não é Jesus Cristo e Olavo de Carvalho não é o chefe dos apóstolos. São seres humanos falíveis e sujeitos a críticas. A desculpa de que uma crítica a Bolsonaro fortalece o PT ou os “bandidos” não é válida. O que fortalecerá o PT será justamente a falta de autocritica dos bolsonaristas, a mesma autocritica que faltou ao PT e que afastou a classe média moderada do partido e deu espaço para o surgimento de um Bolsonaro.
Esse é um aviso de um observador da cena política brasileira: se os discípulos de Olavo de Carvalho continuarem nessa toada, o governo Bolsonaro se isolará em uma ilha com poucos fanáticos da causa, e os amigos lhe faltarão na hora que mais precisar. E essa hora sempre chega.