Entrevista com Muhammad Yunus, o “banqueiro dos pobres”. Fez um negócio na Índia de micro-crédito, sem garantias. Não sei da saúde financeira da empresa, mas suspeito que viva de doações da parte da economia que “dá lucro”.
Aliás, esse é o projeto de Yunus: dois tipos de empresas, aquelas que “dão lucro” e aquelas que têm “preocupação social”. É a velha filantropia, com roupagem revolucionária.
Yunus defende que a máquina capitalista precisa ser concertada, pois é geradora de desigualdades. Propõe em seu lugar “empresas sociais”, que não distribuiriam lucros. Fica a dúvida de quem financiaria essas empresas, se as empresas que “dão lucro” desaparecessem.
As críticas ao capitalismo são fáceis. Suas mazelas estão aí para quem tem olhos para ver. Mas ainda não inventaram uma forma de coordenar a produção de bilhões de itens produzidos ao redor do mundo inteiro de modo a que cheguem às bilhões de pessoas que deles necessitam, gerando mais riqueza do que poderiam sequer imaginar nossos ancestrais cinco ou seis gerações atrás. Um favelado hoje vive mais e melhor do que um nobre da idade média. Isso é fato.
Aliás, essa coisa de “máquina” é bem típico de pessoas com mente totalitária, em que um “planejador central” sabe o que é melhor para todos, e projeta a “máquina” que vai “resolver os problemas”. O capitalismo tem essa vantagem: nasce da livre iniciativa de pessoas, e se adapta ao que as pessoas querem, através do capital de risco, do livre comércio e de um sistema de preços livres.
Desculpem-me se vou ser repetitivo, mas adoro parafrasear este pensamento de Churchill (ele se referia à democracia): o capitalismo é o pior sistema econômico, com exceção de todos os outros.