A Netflix deu fim à série “One Day At a Time” (muito prazer). Segundo o crítico do NYT, uma série “inteligente, divertida, com representatividade de minorias”. Só tinha um problema: os telespectadores parecem não concordar com o crítico do NYT, e deixaram a série com traço de audiência.
O crítico do NYT não se conforma com a forma com que a Netflix acabou com a série: eximindo-se de culpa. Afinal, TV é um negócio e precisa dar lucro, reconhece o crítico. Mas melhor teria sido, segundo o crítico, a Netflix bancar uma série deficitária como um investimento “de longo prazo” no relacionamento com seus clientes.
Não ocorre ao crítico que o “culpado” pela descontinuação da série não foi a Netflix, de fato. Foi, sim, a falta de pessoas dispostas a assistir a tal série. Também não lhe ocorre que, investindo em séries que ninguém vê, a Netflix colocaria em risco as séries que são vistas. Isso sim, poderia colocar em risco o relacionamento de longo prazo com seus clientes, ao ameaçar a própria existência da empresa.
Séries “lacradoras” podem agradar os críticos e uma “legião” de meia dúzia de fãs bem-pensantes, mas não sustentam um business de massa. As pessoas chegam em casa e querem se divertir. Só isso.