Era uma vez um país maravilhoso, uma verdadeira ilha de prosperidade, onde seus impolutos dirigentes, verdadeiros democratas, olhavam somente para as verdadeiras necessidades do povo e, por isso, tomavam decisões que beneficiavam não somente a geração presente (que vota), mas todas as gerações futuras (que ainda não votam).
Como dizia, era um país maravilhoso. De repente, não se sabe de onde, surgiu uma horda de bárbaros populistas, ameaçando de morte as sacrossantas instituições democráticas daquele país. Vieram essas hordas do espaço sideral, pois nada nesse país maravilhoso poderia justificar o seu surgimento.
Essa é mais ou menos a conclusão que tirei da entrevista com o “cientista político” alemão que está lançando o livro “O Povo Contra a Democracia”. Ele coloca Bolsonaro como o marco inaugural do populismo no Brasil e nem fica corado. O que me faz crer que, no mínimo, não fez direito seu trabalho de pesquisa.
Se tivesse gastado um pouco mais de tempo com o Brasil, o cientista alemão teria concluído, como ele mesmo diz, que Bolsonaro representa apenas a segunda geração de populistas que tomam conta do Brasil. A primeira já fez um excelente trabalho de desconstrução das instituições democráticas.
Ao lulopetismo se podem atribuir todas as acusações que o cientista alemão fez a Bolsonaro. No quesito “populismo”, Bolsonaro precisa ainda comer muito arroz com feijão para chegar ao nível de Lula e sua trupe. Ele está se esforçando, é verdade, mas ainda é um pequeno aprendiz nesse campo em que Lula é o mestre.