Confesso que ontem foi a primeira vez que assisti a um jogo de futebol feminino do começo ao fim. Foi um jogo com componentes épicos, o time inferior ameaçando seriamente a superioridade das donas da casa e quase conseguindo um feito histórico.
Mas, desculpem-me, tive dificuldade para assistir e torcer. Porque a dinâmica do jogo é completamente diferente da do futebol masculino, com que estou acostumado desde criança. A falta de explosão muscular e de velocidade fazem com que você fique meio perdido, não sabendo se o lance vai ser perigoso, ou se aquele gol perdido foi por grossura ou porque é assim mesmo, foi o máximo que a atacante conseguiria fazer naquelas circunstâncias.
A seleção da França, em determinados momentos, parecia uma seleção masculina, principalmente aquela ponta direita, extremamente veloz, e que fez gato e sapato da nossa defesa. Foram alguns lampejos, em um jogo que se pareceu mais com o Desafio ao Galo do que com as oitavas de final de uma Copa do Mundo. Com todo respeito.
Lembro de ter assistido certa vez o VT completo da final da Copa de 58, entre Brasil e Suécia. Um futebol que não tem nada a ver com o que se joga hoje: lento, cadenciado, marcação leve. O futebol evoluiu com os anos, tornando-se muito mais intenso. O futebol feminino surgiu há pouco tempo e ainda vai evoluir. Hoje, não tem como competir com o masculino pela atenção dos torcedores.