No espetacular livro “Stálin, a corte do czar vermelho”, de Simon Montefiore, o autor descreve à perfeição as intricadas relações de poder em torno do ditador soviético, e como Stálin mantinha em suas mãos os cordões desse poder.
Lealdade era a palavra chave, e sombras de suspeição recaiam sobre pessoas que até ontem eram consideradas pilares do sistema. Na verdade, esse era o modus operandi: não deixar que ninguém se sentisse seguro de sua posição em momento algum, para que todos se desdobrassem em demonstrar sua lealdade ao ditador. Na União Soviética de Stálin, a falta de lealdade se resolvia com uma bala na nuca.
Ao lembrar de Mourão, Bebianno, Santos Cruz e, agora, Heleno, não pude deixar de lembrar desse livro.
PS: não estou aqui, de maneira alguma, querendo dizer que Bolsonaro é semelhante ao ditador soviético. O paralelo refere-se apenas ao sistema de lealdades que se sobrepõe a um sistema institucional de governo.