Quase metade da folha de pessoal na cidade de São Paulo vai para pagar inativos. Ou seja, as despesas com pessoal têm metade da eficiência que poderiam ter.
Não vou aqui entrar no mérito da justiça ou não desses gastos. Estão na Lei, ponto.
Meu ponto é outro: esses gastos não são sustentáveis no tempo. Fizemos uma reforma da Previdência com anos de atraso, e que vai somente diminuir o ritmo da deterioração. Isso se Estados e Municípios entrarem. Senão, nem isso.
Quando metade da folha de pagamentos vai para inativos, é que já viramos uma Grécia. Portanto, o ajuste deveria ser tão draconiano quanto. Lá, houve cortes de até 30% no valor das aposentadorias. Caso contrário, vai acontecer no Brasil inteiro o que já está acontecendo em alguns Estados: devo, não nego, pago quando puder.
No Brasil, o Estado de Bem-Estar Social funciona bem somente para os servidores públicos, às custas do Mau-Estar Social do restante do País. O que está acontecendo agora é que o restante do País disse um basta.
PS.: você, servidor público, não se sinta ofendido por essa análise. Não tenho absolutamente nada contra você em particular. Meu ponto é só econômico: o País não consegue mais sustenta-lo. Está falido. Antes de matar o mensageiro, reflita sobre a mensagem, e comece a fazer uma poupança para tempos de vacas mais magras ainda, que virão.