Partidos

FHC e Lula, só para citar os últimos dois presidentes que, a exemplo de Bolsonaro, tiveram luz própria, sempre foram homens de partido. PSDB e PT foram fundados por ambos, e não se consegue imaginar suas histórias políticas desvinculadas de seus respectivos partidos.

Bolsonaro, por sua vez, sempre foi um lobo solitário. Típico representante da geleia real que é o sistema partidário brasileiro, o presidente passou por 8 partidos diferentes antes de chegar ao seu 9o, o PSL.

Vale lembrar a dificuldade do então candidato de encontrar uma sigla que abrigasse a sua candidatura. Ao contrário do que poderia se imaginar, o capitão não foi disputado a tapas por partidos nanicos, o que se poderia esperar quando se tratava de um dos favoritos na disputa eleitoral. Por que?

A resposta é relativamente simples: cada um desses partidos têm um dono, e havia plena consciência de que Bolsonaro e sua entourage estavam procurando um hospedeiro que pudessem controlar. Qualquer crescimento advindo de uma vitória nas eleições seria uma vitória de Bolsonaro, não do partido. Ser hoje o maior partido no parlamento não faz do PSL um partido grande, mas antes um partido inchado, que se esvaziará num estalar de dedos do presidente.

Os dirigentes originais do PSL estão sofrendo aquilo que os dirigentes dos outros partidos nanicos que recusaram a candidatura Bolsonaro anteviram: na impossibilidade de controlar o hospedeiro, saem batendo a porta. E o partido, depois de um grande desgaste, volta ao seu tamanho original.

Só existe um partido do governo, o PB, Partido de Bolsonaro. O resto é só sopa de letrinhas.

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