Desigualdade

Parece que é o maior índice de Gini já registrado na série histórica, se a matéria estiver correta.

Serão horas e horas de debate na Globo News hoje, com os comentaristas pontificando sobre as mazelas da desigualdade.

Não é por falta de “iniciativas governamentais” que somos um dos países mais desiguais do mundo. Há, na verdade, toneladas delas. A Constituição Cidadã desenhou o paraíso na Terra.

A reportagem também destaca as desigualdades regionais. A renda do Sudeste é mais que o dobro da renda do Nordeste. Também não é por falta de “incentivos governamentais”. Bancos e agências de desenvolvimento abundam no Nordeste.

A solução, é óbvio, passa pelo aumento da produtividade da população brasileira. A desigualdade aumentou nos últimos anos de recessão porque quem perdeu o emprego foram as classes mais baixas. O desemprego é de 11%, mas isso é só uma média. Nas classes D e E o desemprego é muito maior. Por um motivo simples: são trabalhadores menos produtivos. E, em uma recessão, você precisa fazer mais com menos. É óbvio que, nesse contexto, ocorre concentração de renda.

Não será com incentivos governamentais ou bolsas-auxílio que se resolverá o problema da desigualdade no Brasil. Pode-se até continuar com esses programas como uma forma de mitigar o sofrimento dos mais carentes. Mas erigir essas políticas (assim como o aumento da salário-mínimo na canetada) como O fator que vai resolver a desigualdade é enganar o povo. Tanto é assim, que atingimos o maior índice de desigualdade de renda da história após 30 anos da Constituição Cidadã e quase 15 anos de bolsa-família. Até quando o Brasil continuará neste auto-engano?

A única forma de diminuir a desigualdade de renda é aumentando a produtividade média da população. E isso só vai acontecer quando se investir a sério na formação de capital físico e humano. Qualquer outro “remédio” só servirá para aumentar a desigualdade no longo prazo. Essa é a experiência brasileira.

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