O IDH foi criado para servir como substituto do PIB/capita como medida do bem-estar de um povo. Assim, ao PIB/capita somaram-se a expectativa de vida e os anos de escolaridade para compor o IDH. Desse modo, sociedades que conseguissem maior longevidade e mais anos de estudos de sua população poderiam compensar o fato de serem, afinal, pobres.
Montei um pequeno gráfico que mostra o óbvio: quanto mais rico um país, maior o seu IDH. Não há, via de regra, como escapar da lógica da pobreza: quanto mais pobre, menor o nível educacional e menor a longevidade. Não estou aqui estabelecendo causalidades, estou apenas constatando um fato.
O gráfico foi construído com o logaritmo do PIB/capita. Ou seja, o que importa não é tanto o NIVEL da riqueza, mas a sua VARIAÇÃO. Em outras palavras, um país tende a crescer 1 ponto no IDH se sua renda/capita crescer um certo percentual, independentemente do nível atual. Portanto, o CRESCIMENTO econômico é o que manda. O coeficiente de determinação dessa regressão é de 0,9.
Assim como o PISA, daqui a 50 anos “especialistas” estarão discutindo como melhorar o IDH de um país que caiu na armadilha da “renda média”, que distribui suas riquezas antes de produzi-las.