A Economist traz um artigo (traduzido pelo Estadão) criticando as “mentiras” contadas pelos políticos de todas as colorações. Quando você vai ler, as “mentiras” não passam do que conhecemos como “promessas de campanha”.
Em uma campanha política, cabe aos candidatos inculcar nos eleitores “ideias de esperança” em relação a si próprios e “ideias de medo” em relação aos seus adversários. Quando o PT prometia pleno emprego, ou quando dizia que seus adversários iriam acabar com o bolsa-família, estava obviamente mentindo. Mas eram mentiras dentro do contexto de uma eleição. Cabe aos eleitores discernirem o que é factível daquilo que não passa de promessas delirantes.
Aí é que mora o problema. As pessoas querem ouvir notícias boas e rejeitam ouvir as más notícias, mesmo sendo verdadeiras. Muitas vezes não estão preparadas para a verdade nua e crua dos fatos. No mundo dos investimentos, por exemplo, as pessoas tendem a não gostar quando ouvem que “não tem como gerar esse nível de retorno que você quer”. Essa é a mensagem verdadeira, mas que é rejeitada por muitos investidores, que acabam caindo em arapucas que prometem “muita rentabilidade sem risco”.
Vão longe os tempos em que um Churchill não prometia nada além de “sangue, suor e lágrimas”. Hoje todos os políticos mentem. A sociedade assim o quer.