O Google é o penúltimo dos grandes belzebus do capitalismo a atingir a impressionante marca de U$ 1 trilhão de valor de mercado, fazendo companhia à Apple, Amazon e Microsoft. Falta só o Facebook, que vale “só” US$ 630 bilhões. Para se ter uma ideia, o conjunto de todas as companhias abertas do Brasil (incluindo aí Petrobras, Vale, Itaú, Bradesco e todos os outros grandes mamutes nacionais) vale cerca de US$ 1,25 trilhões. Ou seja, se os investidores do Google resolvessem vender todas as suas ações, teriam dinheiro suficiente para praticamente comprar todas as empresas da bolsa brasileira.
O que mais impressiona no caso do Google é que a empresa não vende nada. Você compra produtos Apple, livros na loja Amazon e softwares da Microsoft. Mas do Google (assim como do Facebook) você não compra nada. É uma empresa que ganha dinheiro basicamente com publicidade. E vale US$ 1 trilhão. Não é à toa que as grandes empresas de mídia estejam em polvorosa, e os governos estejam buscando formas de “quebrar o monopólio” do Google e do Facebook. Iniciativa risível, em um mercado em que a barreira de entrada é praticamente zero, basta fazer um motor de busca que ganhe as mentes e corações dos usuários. O Google fez isso com o Yahoo, que já havia feito isso com o Altavista. Acontece que não surgiu nada efetivamente melhor desde então. “Quebrar o monopólio” significaria, na prática, forçar os usuários a terem experiências piores, em nome de um “mercado mais saudável”. Para quem?
Há 100 anos, as empresas líderes na bolsa americana eram as ferrovias. Há 50 anos, eram as automobilísticas e empresas de petróleo. Hoje, são as empresas de tecnologia. Toda indústria tem o seu ciclo natural, e essas empresas também serão uma lembrança daqui a 50 anos, sendo substituídas por algo sobre o qual não fazemos a mínima ideia. Esta é a beleza do capitalismo.