O deputado Osmar Terra fez um pronunciamento há poucos dias minimizando os efeitos da pandemia de coronavírus. Colocou-se como especialista no assunto, por ter sido secretário de Estado no RS na época da pandemia de H1N1, em 2009.
De fato, não lembro de todo esse frenesi a respeito do H1N1. Daquela época, só o que ficou foi a presença de um dispenser de álcool gel no hall de elevadores no escritório onde trabalho. Mas realmente, puxando pela memória, nada mais me ocorre. Fui pesquisar.
O H1N1 é um tipo de influenza. Daí já começa a diferença, segundo um médico amigo meu. Na época, já existia vacina para outros tipos de influenza, de modo que foi mais fácil desenvolver uma vacina para o H1N1. Tanto foi assim, que, entre o surgimento da epidemia, em abril de 2009, até o desenvolvimento da vacina, em setembro do mesmo ano, passaram-se apenas 5 meses. Seria como termos uma vacina para o coronavírus agora em maio, um sonho de uma noite de verão.
E porque isso? Porque o coronavírus é um bicho completamente diferente. Não é um vírus de influenza. É outra coisa. E essa outra coisa ainda está sendo estudada pelos cientistas. E vai levar bem mais tempo para desenvolver uma vacina.
Outra característica foi o público-alvo da doença. Era uma doença de jovens, o que tornava as complicações decorrentes menos prováveis.
O que o report no qual me baseei deixa claro é que tudo isso são estimativas, pois não há obrigatoriedade de report de influenza. Por isso temos uma contagem tão mais precisa com o Covid-19, por não se tratar de uma variante de influenza.
Então, comparar esta epidemia com a H1N1 não me parece adequado. Sim, continuam morrendo pessoas de H1N1 até hoje. Pessoas que não tomam a vacina, que já existe. Trata-se de uma escolha. Escolha esta que não existe, por enquanto, para o caso da Covid-19.