Saiu o último dado de incidência de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), da Fiocruz, referente à semana epidemiológica 15 (05 a 11/04) – gráfico TOTAL.
Podemos observar que a linha vermelha (estimativa) começou a cair. Antes dessa última atualização, a semana 14 apresentava estabilidade, mas agora apresenta queda também, que se acelerou na semana 15. Ou seja, temos duas semanas de queda. A linha preta representa os casos notificados, e que podem ser revisados ainda.
Coloquei outros dois gráficos, mostrando os casos notificados de INFLUENZA e COVID.
Prestem atenção nas escalas: o gráfico TOTAL tem seu pico na 13a semana, em 4,5 casos para cada 100 mil habitantes. O pico da INFLUENZA é na 12a semana, com 0,1 casos, enquanto o pico da COVID é na 13a semana, com 0,8 casos. Ou seja, temos 80% dos casos de SRAG que simplesmente não foram identificados até o momento. Como teste de influenza é muito mais acessível, podemos concluir que a chance de ser Covid é bem maior.
Observe também que houve um pico de influenza fora da sazonalidade, entre a 10a e a 13a semana (01/03 a 28/03). Meu filho teve influenza, por exemplo, na primeira semana de março. Foi ao hospital e fez o teste para influenza, que deu positivo.
Já o gráfico da Covid mostra um pico e depois uma queda acentuada. Mas lembremos que esse gráfico representa somente os casos notificados, que demoram a chegar ao sistema. Esse gráfico ainda vai ter o seu aspecto bem modificado.
Em resumo: as medidas de distanciamento social fizeram com que os problemas com SRAG fizessem o seu pico na 13a semana (22/03 a 28/03), e começassem a cair desde então. E um pico (4,5) abaixo do pico da H1N1 em 2009 (5,75). Estes dados são animadores, e podem estar indicando que estamos já próximos do pico. Mas trata-se de um pico ainda muito alto, e que pressiona o sistema de saúde. E lembremos que se trata de estimativas, que podem ser revisadas tanto para cima quanto para baixo.