Acho que é a primeira vez na vida que vejo uma campanha oficial de governo DESESTIMULANDO o uso de vacina. Não, acho não, tenho certeza.
Dizem que existe uma lei que permite ao governo obrigar os cidadãos a tomarem vacina. Desconheço. Mas, mesmo que tivesse, acho que nunca foi utilizada. O que ocorre normalmente são as chamadas Campanhas de Vacinação.
Nessas campanhas, o governo estimula a população a tomar vacinas, de modo a evitar a sobrecarga do sistema público de saúde com doenças evitáveis. Sem contar, é claro, com a desgraça pessoal que é sofrer de poliomielite, meningite, tuberculose etc.
Sim, é verdade, ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina. Nem por isso o governo deveria usar o seu poder de comunicação para vender a ideia de que se trata de uma opção como outra qualquer. Não é. Trata-se de saúde pública. A sua doença vai me afetar, pois será um a mais ocupando um leito hospitalar e alguém a menos para produzir para o país. O governo não precisa obrigar, mas tem o dever de estimular. Mensagens como essa têm o efeito contrário.
Até entendo que essa mensagem vem em resposta a uma pressão para tornar a vacina obrigatória. Mas, com o objetivo de rechaçar uma indevida intromissão nas liberdades individuais, o governo joga o seu peso institucional na direção inversa, quase uma mensagem de boicote. E isso é grave quando parte da autoridade constituída.