A quase unanimidade dos funcionários públicos se mostraram contra a reforma administrativa enviada para o Congresso. E não foram meia dúzia de gatos pingados: mais de 100 mil votos foram computados! E olha que estamos falando de uma reforma que não mexe com os privilégios adquiridos dos atuais funcionários.
Se era para não ter apoio dos funcionários públicos, teria sido melhor mandar uma reforma de verdade, que resolvesse o problema fiscal gigante que temos hoje, não daqui a 20 anos. Pelo menos valeria a briga no Congresso. Pelo visto, teremos a mesma briga por muito menos. O projeto é bom em linhas gerais. Mas, como dizem, é “muito pouco, muito tarde”.
PS: esta não é uma crítica a funcionários públicos em particular. Portanto, poupem-me da ladainha do mérito por ter passado em concurso público, por não ter FGTS, por não se poder mudar as regras no meio do jogo etc. Tudo isso eu já sei. O fato, no entanto, é que seu empregador está quebrado. Na iniciativa privada, quando um empregador está quebrado, manda seus funcionários embora. No Estado, o governo quebra o restante da economia para manter seus empregados. Esta é uma lógica que não tem como dar certo. Para ninguém. Esta é a hora de deixar os anéis para preservar os dedos. 94% dos funcionários públicos ainda não entenderam isso.