Os críticos mais acerbos do capitalismo normalmente encrencam com o fato de que tudo tem um preço. “Só falta cobrarem pelo ar que respiramos!”, é a frase que resume a revolta.
Pois bem, a Covid-19 trouxe o incômodo fato de que temos também que pagar pelo ar que respiramos, caso não consigamos, por alguma limitação física, puxar o oxigênio da atmosfera com nossos próprios pulmões.
E, adivinha: para ter disponível esse oxigênio, é necessário investir em fábricas de cilindros de oxigênio, para que a produção atenda à demanda. Além disso, é necessário investir em logística, para que esses cilindros cheguem aos hospitais.
A Economist trás um gráfico interessante esta semana, mostrando a demanda por oxigênio hospitalar ao redor do mundo. Obviamente, os países mais populosos e com mais casos de Covid têm as maiores necessidades, pois a medida está em valores absolutos. De qualquer modo, mostra a dramaticidade da coisa.
Não sou médico, mas dizem que podemos sobreviver 5 semanas sem comida, 5 dias sem água, mas não mais que 5 minutos sem oxigênio. Como diria o Galvão Bueno, o jogo vai ficando dramáááático!
A vida não tem preço, mas sempre custa alguma coisa para ser mantida. E, se custa alguma coisa, não se engane, alguém sempre vai pagar, seja o regime comunista, socialista ou capitalista. Resta saber quem. No final, se ninguém pagar, é a vida que será sacrificada.