Em 2011, tive a imensa sorte de poder assistir a uma final de Taça Libertadores ao lado de meu filho, na época com 11 anos de idade. Foi no Pacaembú, quando o Santos venceu o Peñarol por 2 x 1 e conquistou a sua terceira taça.
Em janeiro, Bruno Covas certamente já sabia que seus dias estavam contados. Coloca-se, então, o dilema: cumprir seu dever público como prefeito de São Paulo, dando o exemplo do “fique em casa”, ou viver estes últimos momentos ao lado do filho, que levaria esta lembrança pelo resto de seus dias?
Confesso que critiquei o prefeito à época, mesmo intuindo a real extensão da doença. O homem público deve estar disposto aos maiores sacrifícios pela sua missão, pensei. Hoje, com a cruel realidade desnudada, e lembrando de minha própria experiência, acho que teria sido uma crueldade com seu filho negar-se a arriscar a sua imagem pública por algo que vai ficar pela eternidade.
Qual o limite entre o certo e o errado? Deixo para os especialistas do Facebook responderem. Eu, de minha parte, somente rezo para que Covas e seus familiares tenham forças para enfrentar essa tragédia.