Greta voltou

Ela voltou. Greta mereceu uma matéria de ⅙ de página com direito a chamada na primeira página. O assunto foi o seu depoimento a uma sessão temática no Senado, destinada a discutir as conclusões do IPCC (Painel de Mudanças Climáticas).

O que Greta falou pouco importa. São os mesmos clichês de sempre. Qualquer um que não tenha vindo de Marte ontem sabe o que Greta vai falar. Meu ponto é outro: a importância dos símbolos em uma sociedade midiática.

Pergunto: alguém estava sabendo que rolava uma sessão no Senado sobre clima? Eu não estava, e duvido que alguém de fora daquele círculo restrito tinha essa informação. No entanto, bastou que Greta Thunberg fosse convidada, a mídia já se assanhou. Ela é dona de falas contundentes, apontando seu dedinho, que nunca precisou ser usado para ganhar o seu sustento, para o nariz de todos os dirigentes do mundo. Os senadores acertaram em cheio. Greta não decepcionou, chamando os dirigentes brasileiros de “uma vergonha”, além de desfilar suas platitudes que embevecem os corações do bem.

Mas contra fatos não há argumentos: Greta é uma popstar do clima, e suas falas sempre terão repercussão. Quer queiramos ou não, o assunto “clima” faz parte do zeitgeist, e acaba afetando também os negócios. Temos que ser mais pragmáticos. A China, por exemplo, não recebe metade das críticas que o Brasil recebe, apesar de ser, provavelmente, o país mais poluidor do mundo. Seu discurso se adapta à época, prometendo metas para as próximas gerações. Enquanto isso, ficamos aqui tentando defender a “exploração comercial da Amazônia”, como se isso fosse aceitável aos ouvidos delicados da nossa época, apesar de fazer todo sentido.

Na verdade, é preciso se perguntar se o governo Bolsonaro tem “salvação”, ou seja, se a Greta vai um dia cumprimentá-lo mesmo que ele se torne a Madre Teresa de Calcutá do clima. Muito provavelmente não. Neste caso, o melhor a fazer é ignorar os gritinhos da Greta, com todos os custos decorrentes para os negócios. Simplesmente não tem jeito. Um futuro presidente, com um pouco mais de boa vontade dos ativistas e da mídia, poderá ter espaço para um trabalho melhor de relações públicas, enquanto defende o direito dos brasileiros de explorar economicamente o próprio território.

Jogos de poder

Nós, aqui na planície, sabemos muito pouco do que realmente ocorre no Planalto Central. Um dia depois de o líder do governo, Ricardo Barros, afirmar que ninguém havia tido a coragem de gritar seis para o truco do presidente, Bolsonaro baixou as cartas e saiu da mão.

Ontem, eu havia defendido que, na verdade, Bolsonaro não havia gritado truco, mas apenas dado um sinal de que tinha o zap na mão, e estava pronto para gritar truco, o que seria concretizado em algum ato concreto na direção da tomada de poder. Uma decretação de estado de sítio, por exemplo. Não aconteceu nada disso. Pelo contrário: o presidente baixou as cartas, mostrando que sua mão, nessa rodada, era fraca. Ele contava com cartas até que boas, como os manifestantes nas ruas em 07/09 e os caminhoneiros bloqueando as estradas, mas, pelo desenrolar dos acontecimentos, o presidente avaliou que as cartas dos adversários eram mais fortes. Que cartas seriam essas? Talvez nunca saibamos. Certamente não foram o discurso chocho de Lira ou a altivez protocolar de Fux que o fizeram mudar de ideia. Na planície, nunca saberemos tudo o que acontece no Planalto.

Gostaria, no entanto, de chamar a atenção para o papel do ex-presidente Michel Temer neste evento. Na verdade, não para o papel em si, mas para a imagem que Bolsonaro fez questão de transmitir para a nação sobre esse papel.

Hoje em dia, graças à pandemia, temos inúmeros recursos tecnológicos que nos permitem trabalhar à distância. Portanto, não haveria nada que Temer não pudesse fazer desde a sua casa. No entanto, o presidente fez questão de mandar buscar o ex-presidente em um jato da FAB para uma reunião presencial em Brasília. Por que? A não ser que Temer tenha tido alguma outra tarefa em que sua presença fosse imprescindível (e nós, da planície, nunca saberemos qual), o que parece é que Bolsonaro quis estressar o papel de Temer para os outros atores políticos. Se tem uma coisa em que o presidente é bom é na manipulação de símbolos, e a presença de Temer em Brasília foi o símbolo da distensão, tanto quanto a carta em si.

É no mínimo curioso que Bolsonaro, um cavalo selvagem, tenha querido associar a sua imagem à de Temer, a sua antítese. Afinal, sua vitória eleitoral foi sobre o sistema simbolizado por Temer. Pode ser curioso, mas está longe de ser surpreendente. A aliança com os caciques do centrão foi na mesma linha. Claro, sempre se pode interpretar esses movimentos como uma tática para, no final, derrubar o sistema. É até possível. Como também é possível que seus adversários de truco possuam cartas das quais não tenhamos conhecimento. Afinal, estamos na planície, e pouco sabemos do que realmente ocorre no Planalto Central.

O dia em que o MBL virou #elenão

As manifestações do dia 12 caminhavam para um retumbante fracasso. Só isso pode explicar como uma manifestação que tinha como objetivo demonstrar a viabilidade de uma terceira via abrir os braços para os lulistas. Este é o dia em que o MBL virou #elenão e, a exemplo de FHC, apertou a mão de Lula. Vai ganhar alguns balões e perder o apoio de quem sinceramente deseja uma terceira via. Não consigo pensar em alegoria melhor para ilustrar a inviabilidade de uma terceira via.

Quem tem o zap?

O amigo Claudio Azevedo chamou-me a atenção para uma reportagem no portal R7, segundo a qual o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, usou ontem a mesma imagem que usei em meu post: o truco de Bolsonaro. Na sua avaliação, ninguém teve coragem de gritar seis e se retiraram da mão.

O problema das alegorias é que se prestam à interpretação mais conveniente para quem as usam. No caso, a Ricardo Barros interessa dizer que está tudo normal, Bolsonaro ganhou essa e vida que segue.

Não acho que seja bem assim. A mão ainda não acabou. Na verdade, está longe de terminar. O que Bolsonaro fez ontem foi piscar para seu parceiro de cartas (as pessoas que foram às ruas apoiá-lo), indicando que tem um zap. (Para quem não conhece o jogo, no truco é permitido “trapacear”, indicando para o seu parceiro as cartas que você tem na própria mão. Piscar normalmente significa que se tem o zap).

O ponto é que a dupla adversária também deu sinal de zap. Fux afirmou que “essa corte permanecerá de pé”, em um claro sinal de que o outro lado também acha que tem o zap. Pacheco, como bom mineiro, não disse nada, mas suspendeu todos os trabalhos no Senado. E mesmo o discurso de Lira, que muitos acharam anódino por não citar a possibilidade de impeachment, traz sinais importantes, ao afirmar que a página do voto impresso está virada e que o país precisa de paz para enfrentar seus problemas. Para bom entendedor, meia piscada basta.

Na verdade, o próximo lance é do STF: se continuar prendendo bolsonaristas, estará chamando Bolsonaro a mostrar suas cartas. Se o presidente continuar somente vociferando, restará provada a tese de William Waack, em seu artigo de hoje. Segundo o jornalista, o 7 de setembro demonstrou que Bolsonaro não detém as polícias militares e a Polícia Federal para os seus próprios fins. Não houve insubordinação. Portanto, não tem como impor sua agenda na base da força. Resta-lhe seguir por dentro das instituições, onde está claramente em desvantagem.

Se um golpe clássico é improvável, o impeachment continua sendo uma realidade distante. Além de ainda contar com uma popularidade bem acima da de Dilma e Collor quando foram impichados, a passagem do tempo trabalha a favor de Bolsonaro, na medida em que nos aproximamos do ano eleitoral. O que provavelmente teremos até o final de 2022 é uma paralisia generalizada do processo político, em um país desesperadamente necessitado de reformas importantes. Mas o que é um ano para um país deitado eternamente em berço esplêndido, não é mesmo?

PS.: parece que alguns caminhoneiros começaram a bloquear estradas em apoio a Bolsonaro. Bem, a pauta da greve de 2018 era o preço do combustível, uma responsabilidade do governo. Na época, a ideia era encostar o governo contra a parede. Hoje, qual a ideia? Emparedar o STF? Alguém realmente acredita que o STF ou os senadores se sentirão pressionados? O mais provável é que, se esse movimento pegar e a baderna se generalizar, ameaçando o abastecimento das cidades, a popularidade do presidente afunde ainda mais, aumentando a probabilidade de um impeachment. O tiro pode sair pela culatra.

Bolsonaro, Jango e as esferas de poder

“Ou o chefe desse Poder enquadra o seu, ou esse Poder vai sofrer o que não queremos”.

Kissinger, em sua obra Diplomacia, distingue duas formas de exercício do poder: as “esferas de poder” e o que ele chama de “wilsonianismo”, em referência ao presidente americano Woodrow Wilson no tempo da 1a guerra mundial. O wilsonianismo, em resumo, é uma doutrina que prega a superioridade moral da paz e, segundo a qual, as nações deveriam conviver sob certos princípios moralmente superiores. A Liga das Nações foi fundada sob o signo do wilsonianismo. Já as esferas de poder são o bom e velho “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Kissinger descreve a relação de forças europeia até a eclosão da 2a guerra com base nas “esferas de poder”. Não precisa dizer qual dessas duas abordagens funcionou melhor para explicar o desenrolar dos acontecimentos.

Lembro dessa obra de Kissinger porque estamos diante de uma luta entre “esferas de poder”. Cada lado da contenda reivindicará superioridade moral sobre o outro, no melhor estilo wilsoniano. Mas o resultado final será dado pelas velhas esferas de poder. Como diz o velho refrão futebolístico, chegou a hora de ver quem tem mais garrafa vazia pra vender.

Voltemos à frase que abre este post. Só a profere quem está bem posicionado na mesa com um zap (linguagem de jogador de truco, que significa posição superior para ganhar a mão). Para o bem de Bolsonaro é bom que ele não esteja blefando, porque o outro lado está se organizando para gritar um seis (que significa desafiar o adversário a mostrar suas cartas).

Há uma contradição em termos nas manifestações pró governo. Os apoiadores do presidente se gabam de formarem um exército pacifico, incapaz de matar uma mosca. São famílias, idosos e cachorros que só querem um mundo melhor. Isso funciona em um mundo wilsoniano. No mundo das esferas de poder, é preciso ter instrumentos de dissuasão. É preciso ficar claro para o outro lado qual o passo seguinte possível e quanta dor esse passo pode causar. Manifestações pacíficas de famílias, idosos e cachorros podem ser tudo, menos instrumento de dissuasão. Não em um mundo em que prevalece a lógica das esferas de poder.

A contradição das manifestações está justamente nisso: para que a ameaça de Bolsonaro seja crível, é preciso que haja o emprego da força, com as forças armadas ao seu lado. Um golpe. São manifestações pacíficas a favor de uma tomada de poder não pacífica. E aqui, pouco importa a filigrana de se classificar o golpe como um autogolpe ou um contragolpe. Essas discussões podem servir para dar um bom pretexto moral para uma ação de força, no melhor estilo das “esferas de poder”. Mas o que vai definir o resultado final do jogo é o lado que tem o zap na mão.

E o zap não são as forças armadas, ou só as forças armadas. Nem tampouco centenas de milhares de famílias, idosos e cachorros nas ruas. No golpe de 64 havia forças armadas e famílias nas ruas. Mas, além disso, havia o apoio de todo o establishment político, econômico e midiático à deposição de Goulart. O então presidente encontrava-se isolado e lançava mão de comícios e eventos em clubes militares para mostrar força. Neste momento, Bolsonaro me lembra Jango.

The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society

Vocês me dão licença para falar de algo que não tem nada a ver com política nesse dia tão, digamos, agitado?

Ontem assisti a um filme (dica do meu amigo Rodrigo De Losso) com um nome esquisito: The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society, que foi traduzido como A Sociedade Literária da Torta de Casca de Batata.

Guernsey é uma ilha inglesa no canal da Mancha, e que foi ocupada pelos nazistas durante a 2a Guerra. A história se dá logo depois da guerra, em torno de uma escritora que começa uma correspondência com um dos habitantes dessa ilha e que faz parte dessa estranha sociedade literária, que se reúne para ler e interpretar livros.

O filme é uma ode à literatura como expressão do mais profundo da alma humana. Aprendemos literatura na escola de uma maneira espartilhada, classificando escolas e períodos e perdemos a sua essência: a beleza daquelas palavras colocadas lado a lado como pinceladas de um mestre ou os acordes de uma sinfonia.

Uma cena do filme Amadeus mostra Mozart transformando de improviso uma peça sem graça de Salieri. A diferença é brutal, mesmo para aqueles que, como eu, não têm treinamento musical. O que distingue uma obra genial de outra comum?

Na literatura, o mesmo ocorre. Beira o divino a forma como os grandes mestres arranjam as palavras e transmitem ideias eternas. Escrever bem está ao alcance de qualquer um, basta treinamento. Mas fazer literatura é um dom, não basta vontade.

O filme é justamente sobre isso, a literatura como arte capaz de elevar o espírito e de servir de ponte entre os seres humanos. E, claro, muito suspense e romance, que ninguém é de ferro. Gostei muito e recomendo.

O perigo do financiamento imobiliário atrelado ao IPCA

No final de 2019, a Caixa lançou, com todo o estardalhaço característico de seu presidente, a linha de crédito imobiliário atrelado ao IPCA. Em reportagem um mês após o lançamento (abaixo), Pedro Guimarães falava entusiasmado sobre a nova linha de crédito, que reduziria a renda mínima exigida para a contratação do financiamento, permitindo que mais famílias comprassem o seu imóvel.

Lembro que, na época, Bradesco e Itaú foram reticentes em relação à nova linha. Foram lançar muitos meses depois e, mesmo assim, nunca fizeram grande esforço para emplaca-las. O Santander sequer oferece uma linha desse tipo.

Estamos vendo agora o problema de financiamentos atrelados ao IPCA: quando a inflação sobe mais do que a renda, o orçamento das famílias vai ficando cada vez mais apertado.

Na verdade, o problema do financiamento atrelado ao IPCA começa antes de a inflação aparecer. Como a prestação inicial é menor do que em financiamentos tradicionais, dá aquela sensação de que o mutuário pode comprar um imóvel maior.

Trata-se de pura ilusão, pois a prestação vai subir mais ao longo do tempo. Ao comprometer-se a pagar por um imóvel mais caro, o mutuário já parte de uma situação no limite. Basta uma surpresa inflacionária no meio do caminho para que o orçamento fique estressado.

A inflação afeta todos os itens de consumo de uma família. Se o financiamento imobiliário também se expande, vai disputar espaço no orçamento com os outros itens também se expandindo. Resultado: o orçamento explode e a inadimplência aumenta. Não é à toa que os grandes bancos privados foram muito cautelosos com essa linha. Afinal, seus acionistas não gostam de perder dinheiro. Já o presidente da Caixa tem outra agenda, uma vez que o seu acionista, a viúva, não se importa de rasgar dinheiro.

No meu livro, eu discuto sobre essas diferentes opções de crédito imobiliário.

Bodes expiatórios convenientes

O presidente da Petrobras, general Silva e Luna, publica hoje artigo explicando o preço da gasolina. Dos R$ 6,10 na bomba, apenas R$ 2,00 seriam “culpa” da empresa. Para os restantes R$ 4,10, os “culpados” são os intermediários (R$0,60), a mistura do etanol (R$ 1,00) e os impostos (R$ 2,50). Desses R$ 2,50, R$ 1,65 correspondem ao ICMS. E é aí que o presidente da maior empresa brasileira abandona a análise técnica e começa a fazer política. Como um analista distante, pontifica que os impostos são “excessivos”. Os impostos dos outros, claro.

Bolsonaro, que Silva e Luna emula nesse artigo, vem usando os governos estaduais como bode expiatório para o preço dos combustíveis. Faz sentido? Vejamos.

Em números redondos, a arrecadação do ICMS nos primeiros 4 meses desse ano foi de R$ 200 bilhões. Usando uma regra de três simples, podemos estimar em R$ 600 bilhões a arrecadação anual com esse imposto estadual. Os combustíveis representam mais ou menos 15% desse total, ou R$ 75 bilhões. Se os governos estaduais abrissem mão do ICMS sobre combustíveis, esta seria a arrecadação perdida. É isso que o governo federal está sugerindo.

Vamos voltar um pouco para os fundamentos do sistema arrecadatório brasileiro. A Constituição de 88 estabeleceu que os estados financiariam as suas atividades com impostos incidentes sobre o comércio, e os municípios com os impostos incidentes sobre os serviços. São justamente os impostos que tornam as mercadorias mais caras. Não somente os combustíveis ficam mais caros, mas eletricidade, comida e uma longa lista de etceteras.

Já a União tributa com impostos que ficam mais “escondidos” nos balanços das empresas: basicamente o IPI, PIS/Cofins, os impostos sobre a folha de pagamento e o IR sobre o lucro. A LDO de 2022 prevê cerca de R$1,3 trilhões de arrecadação desses impostos mais o IR sobre a pessoa física. Portanto, o dobro da arrecadação do ICMS. Esses impostos também pesam sobre os combustíveis, pois oneram a atividade da Petrobras, mas não “aparecem” na nota fiscal.

E mais: os estados usam essa arrecadação para pagar professores, polícia e uma longa lista de serviços mantidos pela esfera estadual. E não têm o poder que a União possui de se endividar. A LDO de 2022 prevê um déficit de R$ 170 bilhões na esfera federal, que será coberto com emissão de dívida. Os estados não podem fazer isso. O que Bolsonaro sugere para cobrir o rombo de R$ 70 bilhões com a suposta não cobrança de ICMS sobre combustíveis? O governo federal arcaria com as despesas correspondentes? Qual a sugestão?

O Brasil tem, de longe, a maior carga tributária entre as economias emergentes, para não dizer pobres. Se o nome do tributo é ICMS, IPI ou IR, pouco importa. O fato é que o governo, em suas três esferas, é o grande sócio oculto do brasileiro. Bolsonaro e seus bate-paus querem nos fazer crer que os únicos culpados são os governadores. Não são. Ou, pelo menos, não são só eles. A única conversa séria possível sobre o tema é racionalizar os gastos do Estado brasileiro. Mas isso dá muito trabalho. Bolsonaro e Silva e Luna, que viveram à custa de nossos impostos a vida inteira, preferem usar truques de ilusionismo, jogando a culpa em bodes expiatórios convenientes. Acredita quem quiser.