Uma luta ultrapassada

A manchete explora o sensacionalismo, mas a entrevista de Xico Graziano, ex-presidente do INCRA na gestão FHC, ele mesmo agricultor, vai muito além. Segue um resumo em quatro pontos:

– Reforma agrária é uma pauta do século XX. Hoje não faz mais sentido, pois não há mais latifúndio improdutivo no Brasil.

– Reforma agrária também não faz sentido do ponto de vista social, pois é muito caro comprar terras para distribui-las. Sem contar que 70% a 80% dessas terras são vendidas pelos sem-terra em dois anos após a posse.

– Na falta de terras improdutivas, o MST se transmutou de uma organização para a reforma agrária em uma organização com o objetivo de mudar o regime agrário capitalista em um cooperativismo camponês.

– O principal fator de produção no campo, hoje, não é a terra, mas a tecnologia. Um grande programa educacional para o homem do campo faria muito mais diferença do que a distribuição de terras.

O PT, formado pela combinação de sindicalismo de porta de fábrica da década de 70 com intelectuais formados nas discussões econômicas da década de 60, como sempre está lutando uma luta ultrapassada.

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