Aproveitei a pesquisa do IPEC para atualizar o gráfico de popularidade do presidente com as outras pesquisas que foram publicadas nos últimos meses. De maneira geral, a popularidade líquida de Lula saiu do patamar de 15 positivos no 1o trimestre para algo um pouco abaixo de 10 agora no 2o trimestre. O IPEC está dando +9, a Paraná deu +7 no mês passado, então deve estar por aí.
Há análises para todos os gostos para esse número. Podemos, por exemplo, dizer que Lula está em uma posição bem abaixo da média dos seus primeiros dois mandatos, em que valores abaixo de +10 ocorreram apenas durante 6 meses em seus 8 anos na presidência. Por outro lado, também podemos dizer que Lula está muito acima da média de Bolsonaro, que ficou acima de +10 apenas durante o 1o trimestre de seu mandato. Por fim, podemos dizer que Lula tem hoje mais ou menos a mesma popularidade que Bolsonaro tinha no 2o trimestre do seu mandato.
O que esperar daqui para frente? Do ponto de vista da atividade econômica, a economia está desacelerando menos do que o previsto pelo mercado, e daqui a pouco o BC começa a cortar os juros, o que pode dar um alento. Então, do ponto de vista da economia, parece que as coisas, de modo geral, não vão piorar muito no curto prazo (próximos 12 meses). Já do ponto de vista de, digamos, “iniciativas asininas”, Lula já provou que está pronto para nos surpreender. Juntando essas duas partes, acho mais provável uma acomodação da popularidade nesse atual patamar, pelo menos por enquanto. Aliás, diga-se de passagem, patamar arriscado para o incumbente que vai tentar a reeleição. Mas estamos muito longe de 2026 ainda.