Lembrando aqui os números das eleições argentinas, e que me fizeram cravar Sérgio Massa como próximo presidente da Argentina:
Primárias:
- Milei: 30,0%
- Massa: 27,3%
- Bullrich: 28,3%
- Outros: 14,4%
- Comparecimento: 69%
1o turno (número entre parêntesis é a variação para as primárias):
- Milei: 30,0% (zero)
- Massa: 36,5% (+9,2%)
- Bullrich: 23,9% (-4,4%)
- Outros: 9,6% (-4,8%)
- Comparecimento: 78%
Agora no 2o turno os números foram os seguintes (número entre parênteses é a variação para o 1o turno):
- Milei: 55,7% (+25,7%)
- Massa: 44,3% (+7,8%)
- Comparecimento: 76%
O que me havia levado à previsão de Massa presidente foi a migração de votos de Bullrich para Massa das primárias para o 1o turno, e a extrapolação desse movimento para o 2o turno, o que simplesmente não ocorreu. Aparentemente, os eleitores de Bullrich que migrariam para Massa já o tinham feito no 1o turno. Sobraram os que não estavam dispostos a dar mais um mandato para os peronistas, que migraram em peso para Milei.
Mário Covas costumava dizer que o povo sempre vota “certo”, cabendo aos políticos interpretarem os resultados das urnas, não julgá-los. O povo argentino falou através das urnas de forma contundente, dando a Milei uma vitória muito folgada para os padrões atuais de polarização. Cabe aos políticos, inclusive no Brasil, interpretarem esse resultado. Os petistas devem estar com as barbas de molho, o que, por si só, já é uma boa notícia para o Brasil.