Lula terminou o 1o turno com 48,43% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro acumulou 43,20% desses mesmos votos válidos. Portanto, 8,37% dos votos válidos foram para outros candidatos. Bolsonaro, para se eleger, necessita mais 6,81% dos votos válidos, ou 81,36% dos votos dados a outros candidatos. Esta conta vale se considerarmos o número de abstenções e votos nulos constantes em relação ao 1o turno.
Desde a 1a eleição presidencial de 1989, houve 114 eleições para presidente/governador em que houve 2o turno. Destas 114 eleições, em 40 (35%) um dos dois candidatos conseguiu amealhar mais do que 81,36% dos votos dados para outros candidatos. Ou seja, em pouco mais de um terço das eleições em 2o turno, um dos candidatos conseguiu a façanha que Bolsonaro precisa realizar agora.
É difícil? Sem dúvida. É impossível? Não. 35% é um número razoavelmente alto. Poderíamos dizer, com base nessa estatística, que Bolsonaro tem 35% de chances de ganhar a eleição. Coincidentemente, é o número que a Eurásia, conceituada empresa de avaliação de riscos para o mercado financeiro, está usando para avaliar as chances de Bolsonaro.