Eco-ansiedade. Trata-se de distúrbio psicológico já catalogado pela Associação de Psicologia dos EUA, que consiste em ter um medo descontrolado das mudanças climáticas.
A reportagem do Valor começa afirmando que as mudanças climáticas vêm causando impactos psicológicos. Bem, parece um pouco exagerado dizer que o aumento de um pentelhésimo de grau por ano possa causar ansiedade em alguém. O que provavelmente está acontecendo é que catástrofes climáticas, como furacões, enchentes e incêndios florestais, estão agora sendo relacionados às mudanças climáticas. Então, cada evento desse tipo aumenta a ansiedade de que, talvez, estejamos às portas do fim do mundo.
Quando eu tinha a idade dessa garotada que aparece na foto, lembro de um filme, The Day After, que versava sobre um ataque nuclear aos EUA. Recordo de ter ficado angustiado com a possibilidade de uma guerra nuclear. Tratava-se de uma ameaça real, paupável. Bem, 40 anos depois, estamos todos aqui ainda.
Trinta anos depois desse filme, um outro com nome muito semelhante, The Day After Tomorrow, também versava sobre uma catástrofe iminente: as mudanças climáticas. Ainda estamos nessa vibe, a julgar pelos sintomas de eco-ansiedade em nossa juventude.
Aliás, observando as máscaras usadas por todos os alunos da foto em pleno 2023, a próxima catástrofe com que devem estar preocupados é uma nova pandemia global mortífera. Seria uma vírus-ansiedade.
O irônico é que os alunos aparecem segurando galões de plástico, feitos de petróleo em um processo altamente poluente. Aliás, grande parte de suas roupas deve ter algum derivado de petróleo. Suas iniciativas de reciclagem e economia circular são muito meritórias, sem dúvida, mas o buraco é bem mais embaixo se realmente quiserem diminuir sua “pegada de carbono”. Mas se servir para diminuir a sua eco-ansiedade, já estará valendo.