Já estava com saudades da Greta.
Não havia me tocado sobre o mote de sua campanha: “greve das escolas pelo clima”.
Não consigo pensar em nada mais idiota. A quem prejudica uma greve de alunos, senão aos próprios alunos? É o que sempre digo aos meus filhos: você não está estudando para mim, está estudando para você. Eu já me formei, já estou trabalhando e ganhando a vida. Seus estudos hoje vão te permitir fazer isso amanhã, não precisa estudar pra me agradar.
Vai ver que o raciocínio é o seguinte: como amanhã a Terra vai acabar em uma grande bola de fogo se nada for feito “pelo clima”, então não vale a pena estudar hoje. É um raciocínio.
Além disso, qual seria o “resgate” pedido? O que os governos precisam entregar para que os estudantes voltem a estudar? “Promessas”, pelo jeito, não serão suficientes. Greta já deixou isso claro, em seu discurso cheio de caras e bocas na ONU. O que então?
Greta diz que as pessoas estão menosprezando o poder das “crianças zangadas”. Já enfrentei algumas ao longo da minha vida de pai. Entregar o que querem, mesmo que não faça sentido, é o caminho para criar adultos mimados. Aliás, que adultos continuem a adular uma criança como Greta diz algo sobre o grau de maturidade da discussão.
Greta está fazendo a sua parte: está em greve escolar há já muitos meses. Em um país com um dos melhores PISAs do mundo, isso não deve fazer tanta diferença. Em países pobres como o nosso, propor greve escolar é um crime.