Ainda sobre o VAR

Existe um conceito em contabilidade chamado “materialidade”. Contabilidade é conta de mais e menos. É matemática, não tem como ir um pouco pra cá ou pra lá.

Mas tem. Este é o conceito de materialidade. Às vezes a diferença é tão pequena, que não vale o trabalho de encontrá-la. Arredonda-se e pronto, vida que segue.

O conceito de materialidade deveria ser aplicado ao VAR. O lance do impedimento do atacante do São Paulo é simplesmente bizarro. Mesmo com o lance parado, na foto, não se consegue ver que o jogador esteja adiantado. Foi preciso que o computador desenhasse a tal “paralaxe” para se concluir que o jogador estava em impedimento. Mas, para efeito desse esporte que se chama futebol, ele estava na mesma linha. Materialmente na mesma linha.

Como o artigo no início deste post afirma, o VAR deveria servir para corrigir erros grosseiros do árbitro. Por exemplo (e pra não dizerem que elogio o VAR só quando ajuda o meu time), a mão do meio-campista do Santos contra o Vasco dentro da grande área, lance que o juiz não percebeu e o VAR corrigiu. Ficou claro, no VAR, que a bola pegou na mão. Erro grosseiro.

E quem vai decidir se o erro é material ou não? Ora, o próprio juiz. É para isso que ele é pago. Como diz o articulista, o VAR não pode servir de muleta para juízes inseguros.

O VAR é uma inovação tecnológica bem-vinda. O problema está na materialidade dos erros cometidos. Quando paralaxe passa a ser um termo futebolístico, é sinal de que aquele antigo esporte bretão acabou.

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