No filme Minority Report (quem não assistiu, assista, é muito bom!), a polícia conta com 3 jovens que têm o poder de ver a intenção das pessoas. Esses jovens comunicam à polícia um assassinato a ser realizado, e a polícia prende o assassino antes que o crime ocorra.
Claro que a grande questão ética é saber se é legítimo prender um criminoso antes que ocorra o crime de fato. Mas o índice de criminalidade caiu muito, então essa questão ética é deixada de lado em nome do pragmatismo.
Lembrei-me desse filme ao ler essa reportagem sobre um suposto “mentor” do crime de Suzano. Apesar de aparentemente não ter participado do crime, parece claro que teria participado se tivesse tido a oportunidade. Trata-se, tudo indica, de um psicopata. A questão que se coloca: é legítimo prendê-lo antes de qualquer crime? É razoável deixá-lo solto sabendo-se, como os jovens de Minority Report, de suas intenções? Intenção de cometer um crime é já um crime?