O teto de gastos para 2020 será de aproximadamente R$ 1,46 trilhão. Os gastos discricionários propostos são de R$ 105 bilhões, ou 7,2%. O resto, 92,8%, ou R$ 1,35 trilhão, são gastos incompressíveis, incomprimíveis, imexíveis, intocáveis, sagrados.
Em 2018, esses gastos discricionários foram de R$ 144 bilhões, este ano deverão ser de aproximadamente R$ 125 bilhões e no ano que vem, como dissemos acima, a proposta é que sejam de R$ 105 bilhões. Uma redução de R$ 40 bilhões em dois anos.
É sobre isso que estamos falando. R$ 40 bilhões, em um orçamento federal de R$ 1,46 trilhão. E já estamos precisando cortar todas as bolsas da CAPES e apagar as luzes de todos os quartéis. As próximas vítimas serão a confecção de passaportes, aguarde.
Se já estamos à beira de um ataque de nervos ao cortar R$ 40 bilhões de despesas dispensáveis como o investimento em pesquisa, luz nas repartições públicas e, eventualmente, passaportes, imagine como será quando mexermos em coisas realmente importantes e indispensáveis, como os salários do funcionalismo público e as aposentadorias integrais e especiais aos 50 anos. Aí o país entrará em estado apopléctico.
Por isso, vamos mexer no teto de gastos. É uma questão matemática.