A colunista do Estadão canta em prosa e verso as vantagens de uma escola da periferia. De Nova York e por apenas um ano, que fique claro.
Quando se tratou da coisa pra valer, o ensino de seu filho aqui no Brasil durante vários anos, às favas a “diversidade” e a “experiência fora da bolha”. O filho da jornalista foi matriculado em uma boa escola classe média alta.
Não consigo pensar em exemplo mais acabado de esquerda caviar, aquela que canta as vantagens de um “outro mundo possível” enquanto não abre mão de todas as vantagens que o capitalismo mais selvagem lhe oferece.
A jornalista chega a criticar os pais nova-iorquinos que se mudam para tentar matricular seus filhos em escolas mais “brancas”, abrindo mão das supostas vantagens da diversidade sociocultural. Diversidade esta que certamente não existe na escola particular de seu filho no Brasil.
Não consigo deixar de comparar essa situação com as excursões organizadas por agências de turismo nas favelas do Rio. Os turistas visitam as favelas como se estivessem visitando um zoológico, para ver de perto aqueles bichos, como vivem, do que se alimentam. Os turistas têm, assim, uma experiência do que seja a “pobreza”.
A experiência do filho da jornalista foi como uma visita ao zoológico. Depois de ter a experiência de conviver com os bichos durante um ano, a vida real é uma boa escola particular branca. Dá asco.